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França oferece pacote de ajuda após tratores invadirem Paris

O governo ofereceu a produtores rurais auxílio financeiro adicional, após agricultores conduzirem cerca de 1.500 tratores nas ruas de Paris para protestar

Tratores durante protesto em Paris (Charles Platiau/Reuters)

Tratores durante protesto em Paris (Charles Platiau/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2015 às 19h32.

Paris - A França ofereceu a seus produtores rurais auxílio financeiro adicional nesta quinta-feira, incluindo reduções de impostos e ajuda em investimentos, após os agricultores conduzirem cerca de 1.500 tratores nas ruas de Paris para protestar contra a queda da renda e o aumento dos custos.

Os produtores franceses, que estão tendo dificuldades com os efeitos do embargo da Rússia aos alimentos do Ocidente e uma queda dos preços, disseram que impostos mais altas e regras de proteção ambiental mais rígidas estão impedindo sua competitividade ante os vizinhos europeus. O plano incluiu um aumento no suporte do governo para investimentos, cofinanciado pela União Europeia e regiões da França, para trazê-lo a 3 bilhões de euros nos próximos três anos.

O governo também congelará a adoção de novos padrões ambientais e permitirá que os pecuaristas adiem todos os pagamentos de dívidas com prazo para 2015, reduzindo também impostos. "Nossa meta é dar novas perspectivas e esperanças aos produtores," disse o primeiro-ministro Manuel Valls aos repórteres.

A FNSEA, o maior sindicato dos agricultores da França e organizadora do protesto desta quinta-feira, deu boas vindas ao novo pacote. "O governo nos ouviu", disse Xavier Beulin, presidente da FNSEA, aos agricultores reunidos na Place de la Nation, ponto tradicional de manifestações, na região leste da capital.

"Nós viemos expressar nossa consternação. Não conseguimos mais viver de nosso trabalho", disse Patrice Jaouen, de 43 anos, do setor de laticínios e produtos vegetais, que liderou uma fila de tratores vindos da região da Bretanha, que percorreu 588 quilômetros desde terça-feira.

"Nós não queremos subsídios de curta duração, não queremos dinheiro público. Queremos uma reforma do sistema."

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