Mundo

França tenta tornar aborto direito "irreversível"

País pode se tornar o primeiro a ter aborto como direito constitucional

Presidente Emmanuel Macron fez promessa em reposta à medida nos EUA em 2022 (AFP/AFP Photo)

Presidente Emmanuel Macron fez promessa em reposta à medida nos EUA em 2022 (AFP/AFP Photo)

Publicado em 2 de fevereiro de 2024 às 08h51.

Última atualização em 5 de fevereiro de 2024 às 13h51.

A Assembleia Nacional da França votou na última terça-feira, 30, para consagrar o direitos ao aborto na constituição do país. É uma medida histórica pois, se alteração for aprovada, o país se tornará o primeiro a ter o aborto como um direito em sua constituição. 493 parlamentares votaram a favor do projeto de lei, e 30 votaram contra.

O presidente Emmanuel Macron havia prometido tornar o aborto um direito constitucional "irreversível" depois que a Suprema Corte dos EUA revogou o direito em 2022, uma decisão que levou nações ao redor do mundo a reconsiderarem suas políticas.

O projeto de lei francês é uma resposta direta aos EUA. "Embora essa liberdade não esteja diretamente ameaçada" na França, diz o texto do projeto de lei, "não é o caso em outros países", diz o texto. "Existem correntes de opinião que buscam impedir a qualquer custo a liberdade das mulheres de interromperem sua gravidez, se desejarem".

O país descriminalizou o aborto em 1975, mas o direito não é garantido na constituição. A medida precisa agora ser analisada também pelo Senado francês, que tem maioria conservadora. Em seguida, para ser aprovada, precisa conseguir ⅗ dos votos da Assembleia e do Senado, somados.

Na contramão, no leste da Europa, Hungria e Polônia recentemente introduziram restrições ao acesso ao aborto. 

Acompanhe tudo sobre:FrançaAbortoEmmanuel Macron

Mais de Mundo

EUA coletarão biometria de estrangeiros na chegada e saída do país; veja regras

Lula diz que ligará novamente para Trump se as negociações não avançarem

Nova premiê do Japão quer 'zero residentes ilegais' com novo plano

Terremoto no Afeganistão deixa 27 mortos e quase mil feridos