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Funcionários da Nasa expressam rejeição à direção da agência sob o governo Trump

Insatisfação foi apresentada em carta assinada por 287 pessoas que trabalham ou trabalharam na agência espacial

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 21 de julho de 2025 às 18h17.

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Funcionários e ex-funcionários da Nasa divulgaram nesta segunda-feira uma carta de objeção formal dirigida ao administrador interino da agência espacial, Sean Duffy, recentemente nomeado pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Na carta, eles pedem que não sejam implementados os cortes propostos pelo governo, denunciando que "são arbitrários".

"Somos obrigados a levantar a voz quando nossos líderes priorizam o impulso político em detrimento da segurança humana, do avanço científico e do uso eficiente dos recursos públicos", diz a carta divulgada no site da plataforma Stand Up for Science (Defenda a Ciência).

"Esses cortes são arbitrários e foram promulgados em violação da lei de alocações orçamentárias do Congresso. As consequências para a agência e o país são nefastas", acrescenta o documento.

A carta é assinada por 287 pessoas que trabalham ou trabalharam na Nasa, e que estão preocupadas com o rumo que o governo Trump está tomando com a agência espacial.

Trump propôs um corte de US$ 6 bilhões para o orçamento anual da Nasa para o ano fiscal de 2026, o que representaria uma diminuição de quase 25%. Em março, a Nasa anunciou a demissão da cientista-chefe, Katherine Calvin. Em 10 de julho, Trump nomeou o secretário de Transportes, Sean Duffy, como administrador interino da agência.

Além disso, pretende-se mudar as prioridades da Nasa, que passaria a dar mais importância às missões de exploração humana em vez daquelas focadas em pesquisa.

Os signatários da chamada "Declaração Voyager" - em homenagem às duas sondas que atualmente exploram o espaço interestelar - discordam desses e de outros pontos, entre os quais se incluem "o fechamento de missões para as quais o Congresso alocou fundos" e "o cancelamento da participação da Nasa em missões internacionais".

A carta lamenta a rescisão de contratos e subsídios da Nasa "por razões alheias ao desempenho", destacando que isso reduziria o número de funcionários, e denuncia uma cultura de silêncio dentro da agência espacial nunca vista nas últimas duas décadas.

A carta foi escrita após outras semelhantes de funcionários da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) e de trabalhadores dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), com críticas similares contra o governo Trump.

Uma carta de objeção formal é um processo oficial da Nasa para que os funcionários possam expressar desacordo em casos "com a importância necessária" que mereçam uma revisão por parte da direção da agência.

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