Vice-presidente, Geraldo Alckmin: 'comércio exterior é ganha-ganha, não é olho por olho' (Eduardo Frazão/Divulgação)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 1 de abril de 2025 às 16h36.
Última atualização em 1 de abril de 2025 às 16h43.
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira, 1, que o Brasil aguardará as decisões tarifárias dos Estados Unidos que devem ser publicadas nesta quarta-feira, 2, para decidir o que fará se o país for alvo de sobretaxação.
Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, voltou a dizer que o governo preza pelo diálogo e avalia que a negociação é o melhor caminho para resolver os problemas.
“Olha, nós devemos aguardar o que os Estados Unidos vão fazer amanhã. Nós devemos aguardar. E aí, sim, após ter conhecimento das medidas, o Brasil vai decidir. Nós temos o dever de proteger e fortalecer a economia brasileira, as empresas que trabalham aqui, exportam, têm comércio exterior", disse, após participar da cerimônia de abertura do curso de formação para as carreiras de especialista em políticas públicas e gestão governamental e analista de comércio exterior.
"O relacionamento com os Estados Unidos é importante porque, embora a gente compre mais deles do que eles de nós, é para onde a gente vende mais produto de valor agregado e o caminho é sempre o caminho do diálogo”, prosseguiu.
Segundo o vice-presidente, o diálogo é permanente com os Estados Unidos e essa postura será adotada, mais uma vez, para buscar soluções para eventuais taxações.
“O diálogo é permanente. O Brasil é um país aberto ao diálogo, defensor do comércio exterior, da aproximação entre os povos, não tem litígio com ninguém. É o ganha-ganha”, disse.
A boa relação entre Brasil e Estados Unidos, disse Alckmin, é histórica e que enquanto os norte-americanos têm déficit comercial com a maioria dos países, com o Brasil a relação comercial é superavitária.
“Olha, é importante destacar que o Brasil não é problema para os Estados Unidos. Os Estados Unidos têm déficit no mundo. Ele mais importa do que exporta. Ele tem um grande déficit comercial, mas não com o Brasil”, disse.
Ele também voltou a afirmar que a política comercial entre os dois países deve ser pautada pelos bons resultados e não por medidas de retaliação.
“Quero destacar que comércio exterior é ganha-ganha, não é olho por olho. Comércio exterior é para gerar emprego, abrir oportunidade, atrair investimento. E o Brasil defende o diálogo. O Brasil é um país de diálogo, um país que está crescendo o comércio exterior”, disse.