Agência de Notícias
Publicado em 9 de setembro de 2025 às 08h15.
O governo do Nepal suspendeu nesta terça-feira o bloqueio de várias plataformas de redes sociais no país, após a realização de protestos liderados pela Geração Z no domingo, que resultaram na morte de pelo menos 19 jovens.
O ministro de Comunicações e Tecnologia da Informação nepalês, Prithvi Subba Gurung, comunicou a jornalistas a decisão do Executivo de reabrir as redes sociais, segundo informou o jornal local “Annapurna Post”.
O veto às redes sociais, incluindo as plataformas do Meta, Facebook, Instagram e WhatsApp, havia sido implementado na última quinta-feira em virtude de uma nova diretiva de regulamentação de conteúdo online no Nepal.
A decisão de suspender o bloqueio foi tomada após uma reunião de gabinete do governo liderado pelo primeiro-ministro, K.P. Sharma Oli, na residência oficial de Baluwatar, que se estendeu até a madrugada de hoje. Durante essa reunião, o ministro do Interior nepalês, Ramesh Lekhak, pediu sua demissão.
A suspensão ocorreu após um dia de distúrbios que se espalharam de Katmandu para várias cidades do país e deixaram 19 mortos e mais de 347 feridos, muitos deles com ferimentos de bala na cabeça e no peito.
As manifestações, que começaram de forma pacífica na zona de New Baneshwar como culminação de dias de ativismo online, foram iniciadas depois que o governo ordenou o bloqueio de 26 plataformas - entre elas Facebook, Instagram, WhatsApp e X (antigo Twitter) - por não se registrarem junto às autoridades, conforme exigido pela nova diretiva de Katmandu.
Além disso, os jovens manifestantes também denunciaram o suposto nepotismo — a prática de favorecer familiares ou pessoas próximas no acesso a cargos e empregos — e a corrupção do sistema político nepalês.
Apesar da suspensão, os protestos continuam na manhã desta terça-feira em Katmandu, com jovens se manifestando em frente à casa do presidente do partido que lidera a coalizão governista, o Congresso Nepalês, Sher Bahadur Deuba, e com a pressão crescendo sobre a figura do primeiro-ministro Oli.