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Governo Lula reclama de vistos negados pelos EUA em reunião com a ONU em Nova York

Além dos palestinos, no Brasil, ministro da Saúde não teve o documento liberado até agora

Agência o Globo
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Publicado em 15 de setembro de 2025 às 14h08.

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O governo brasileiro protestou, na ONU, contra a negação de vistos, pelos Estados Unidos, para participantes da Assembleia Geral da ONU, no próximo dia 23, em Nova York. A reunião, realizada na última sexta-feira, tinha como objetivo discutir o tratamento dado aos palestinos, que não poderão entrar em território americano durante o evento.

No caso do Brasil, integrantes do governo dos Estados Unidos sinalizaram, na semana passada, que poderão restringir a entrada de membros da comitiva que acompanhará a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Nova York. Até o momento, a uma semana da Assembleia Geral, alguns pedidos de vistos para autoridades brasileiras continuam pendentes. É o caso do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

— Temos a indicação do governo americano de que os vistos que ainda não foram concedidos estão em vias de processamento — afirmou o diretor do Departamento de Organismos Internacionais do Itamaraty, Marcelo Marotta Viegas.

Ele enfatizou que os EUA têm por obrigação receber representantes de qualquer um dos 193 países membros da ONU. Por isso, disse preferir não especular se os vistos serão dados ou não.

Segundo o diplomata, os americanos poderiam estar cometendo uma violação legal. Nesse caso, o Brasil poderia solicitar um procedimento arbitral, para uma análise feita pelas Nações Unidas.

— Não temos por que achar que os EUA não observarão os aspectos legais na concessão de vistos — disse.

As relações entre Brasil e EUA estão em seu pior momento e a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na quinta-feira passada, levou integrantes do governo americano a ameaçarem adotar novas sanções contra autoridades brasileiras. Hoje, o principal alvo é o ministro do STF, Alexandre de Moraes.

Trump sempre deixou claro que só negociaria o fim da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, se o processo contra Bolsonaro fosse arquivado, o que não aconteceu.

Lula embarcará para Nova York no próximo fim de semana e deverá ficar nos EUA até do dia 25. Na terça-feira, ele fará o discurso de abertura da reunião da Assembleia Geral, seguido pelo presidente dos EUA.

A agenda presidencial também prevê a participação de Lula em eventos sobre democracia, clima e a criação do Estado palestino.

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