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Governo Milei vê comissão de investigação da criptomoeda Libra como "medida política"

Em fevereiro, dias após o escândalo da criptomoeda, senadores da oposição tentaram criar uma comissão de investigação sobre o papel do presidente no caso

chefe de gabinete defendeu Milei e minimizou seu papel no escândalo desencadeado por sua divulgação da Libra em 14 de fevereiro

chefe de gabinete defendeu Milei e minimizou seu papel no escândalo desencadeado por sua divulgação da Libra em 14 de fevereiro

EFE
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 9 de abril de 2025 às 18h55.

O chefe de gabinete do governo argentino, Guillermo Francos, opinou nesta quarta-feira que a decisão da Câmara dos Deputados de criar uma comissão de investigação para o caso da criptomoeda Libra é "uma medida estritamente política" e não afeta a gestão do presidente Javier Milei.

"É uma medida estritamente política em um ano eleitoral em que há um governo como o do presidente Milei, que vem normalizando as relações econômicas da Argentina. É bastante comum em períodos eleitorais aproveitar essas oportunidades para obter ganhos políticos", analisou Francos em entrevista à "Radio Rivadavia".

Além disso, Francos disse que a criação da comissão, aprovada na terça-feira com 128 votos a favor, 93 contra e sete abstenções, não representa "um duro golpe para a gestão".

"Acho que as questões importantes do governo são outras, não a discussão política menor", declarou.

O chefe de gabinete defendeu Milei e minimizou seu papel no escândalo desencadeado por sua divulgação da Libra em 14 de fevereiro, horas antes de o valor da criptomoeda despencar.

"O presidente achou que era um tópico interessante para a Argentina e o compartilhou. Esse foi todo o seu envolvimento. Quando viu que havia dúvidas, ele retirou a mensagem. Não houve nenhuma atitude maliciosa em particular", comentou.

Francos também afirmou que comparecerá ao Congresso na próxima terça-feira, como faz todos os meses, para responder às perguntas dos representantes e sobre o envolvimento de Milei no caso Libra, no qual milhares de investidores foram prejudicados.

"Não tenho nenhum problema em ir. Eu me ofereci para respondê-las naquela ocasião, mas a política gera esse debate e eles preferiram fazer uma sessão especial e me convocar para uma sabatina na terça-feira, dia 22, no Congresso", completou.

A Câmara dos Deputados da Argentina aprovou na terça-feira, por maioria, a criação de uma comissão para investigar o caso da fracassada criptomoeda Libra. A comissão terá como objetivo "investigar a sucessão de eventos relacionados à promoção e disseminação da criptomoeda $LIBRA que resultou em perdas de milhões de dólares por atores locais e estrangeiros".

Os blocos da Câmara dos Deputados têm até a próxima sexta-feira para propor os membros da comissão, cuja composição deve ser definida em 15 de abril para ser formalmente constituída em 23 de abril.

Em fevereiro, dias após o escândalo da criptomoeda, senadores da oposição tentaram criar uma comissão de investigação sobre o papel do presidente no caso, mas não conseguiram obter os votos necessários e se limitaram a enviar ao governo uma solicitação de relatórios sobre o caso.

Após uma publicação feita pelo presidente em 14 de fevereiro, na qual ele promoveu a Libra, a criptomoeda disparou e inflacionou preço até que investidores majoritários realizaram lucros milionários, o que fez com que o valor despencasse e, após as primeiras acusações de fraude, Milei removeu sua publicação.

O presidente disse ter agido "de boa-fé" e enfatizou que havia divulgado a criptomoeda, mas sem promovê-la, recusando-se a assumir a responsabilidade pelo prejuízo das vítimas. 

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