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Governo Trump anuncia demissão de quase metade dos funcionários do Departamento de Educação

Desligamentos significam que o departamento, que começou o ano com 4.133 funcionários, agora terá uma força de trabalho de aproximadamente metade após menos de dois meses

Agência o Globo
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Publicado em 11 de março de 2025 às 20h39.

O Departamento de Educação dos EUA informou nesta terça-feira que sua equipe será reduzida em quase metade do efetivo atual, representando mais um passo no projeto do presidente Donald Trump de reduzir o "Estado profundo", como chama a burocracia federal. Na mira do governo, a agência é responsável por administrar empréstimos federais para universidades, acompanhar o desempenho de alunos e aplicar leis de direitos civis nas escolas.

“Como parte da missão final do Departamento de Educação, o departamento iniciou hoje uma redução na força de trabalho impactando quase 50% da força de trabalho”, disse uma declaração da Secretária de Educação, Linda McMahon.

As demissões significam que o departamento, que começou o ano com 4.133 funcionários, agora terá uma força de trabalho de aproximadamente metade após menos de dois meses de governo Trump. Além dos 1.315 funcionários demitidos nesta terça-feira, 572 funcionários aceitaram pacotes de demissão voluntária oferecidos nas últimas semanas e 63 funcionários em estágio probatório foram desligados no mês passado.

Possíveis consequências do corte de funcionários

Os cortes são um presságio dos planos do governo de desmantelar o departamento como um todo, como Trump prometeu fazer, embora ele não possa ser fechado sem a aprovação do Congresso, hoje sob maioria republicana.

Os rumores sobre possíveis demissões começaram a circular depois que os funcionários do departamento receberam um e-mail, por volta das 14h, anunciando que os escritórios da agência em Washington seriam fechados na quarta-feira e reabertos na quinta, sem informar o motivo.

Possível fechamento de outros escritórios

No mês passado, o governo deu avisos igualmente enigmáticos sobre o fechamento temporário de escritórios antes de cortes severos na Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e na Agência de Proteção Financeira ao Consumidor.

O Departamento de Educação tinha cerca de 4.200 funcionários no final do ano passado, a menor força de trabalho entre os 15 departamentos executivos em nível de gabinete.

Trump disse que quer delegar aos estados e distritos escolares locais a tarefa de supervisionar totalmente o sistema educacional dos Estados Unidos. O presidente adotou a posição em concordância com a articulação de pais de alunos, que reagiram negativamente ao fechamento das escolas durante a pandemia de Covid-19.

O movimento ganhou ainda mais força ao se opor a supostos conteúdos de esquerda nos currículos escolares, especialmente questões envolvendo a temáticas LGBTQIA+ e de raça. Ativistas alegam que tais assuntos minavam os direitos dos pais de educarem seus filhos de acordo com seus valores.

Em uma entrevista na semana passada à Fox News, a Secretária de Educação, Linda McMahon, disse que Trump pretendia assinar um decreto fechando o departamento, sem dar mais detalhes.

Uma ordem executiva para desmantelar o departamento desafiaria a autoridade do Congresso, que criou o departamento por estatuto e legalmente deve assinar qualquer medida para fechá-lo.

Em um Senado dividido, mas com uma estreia maioria republicana, especialistas consideram improvável que o governo consiga apoio suficiente para fazê-lo, especialmente porque pesquisas de opinião pública nos últimos meses apontam que cerca de dois terços dos americanos se opõem ao fechamento do departamento.

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