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Grupo terrorista Al Shabab confirma morte de seu líder

Milícia radical islâmica da Somália é uma das mais perigosas do mundo


	Pirata somali armado perto da costa da Somália: líder terrorista morto em ataque dos EUA
 (Mohamed Dahir/AFP)

Pirata somali armado perto da costa da Somália: líder terrorista morto em ataque dos EUA (Mohamed Dahir/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2014 às 20h48.

Mogadíscio - A milícia radical islâmica Al Shabab, da Somália, confirmou neste sábado a morte do líder da organização, Ahmed Abdi Godane, em um ataque aéreo dos Estados Unidos e escolheu Ahmed Omar, conhecido como Abu Ubaidah, como o novo chefe do grupo terrorista.

O porta-voz do Al Shabab, Ali Mohamud Rage, informou hoje em entrevista coletiva a morte de Godane, um dia depois que o Pentágono anunciou que o mesmo tinha sido vítima de um ataque com um avião não tripulado na última segunda-feira.

'Ahmed Godane construiu uma administração islâmica bem-sucedida no leste da África, nosso líder não se rendeu e nós não nos renderemos nunca', afirmou o porta-voz do grupo, conhecido como Ali Dhere.

Junto com o até então líder da milícia somali, outros cinco comandantes do alto escalão do Al Shabab morreram no ataque do drone americano, informaram à Agência Efe membros do grupo terrorista.

Entre os comandantes mortos estão o porta-voz militar do grupo, Abdicasis Abu Muscab; o responsável pelas finanças do Al Shabab, Hassan Afgoi Abu Ayman; o titular da unidade de inteligência e chefe militar, Abukar Nour; e o secretário de Godane, Sheik Ikrama.

O Al Shabab designou neste sábado Abu Ubaidah como novo líder do grupo radical, mas não sem algumas dissidências internas.

A morte de Godane acabou levando a uma luta pelo poder, na qual Ahmed Diriye Warsame, conhecido como Mahad Abdikarim, do clã Dir, reivindicou sua liderança após garantir que possui uma carta do falecido chefe na qual o mesmo o nomeava como sucessor, segundo as mesmas fontes.

No entanto, a cúpula do Al Shabab negou a autenticidade da carta e escolheu Abu Ubaidah.

O porta-voz do Al Shabab encorajou os clãs e mujahedins da Somália a apoiarem a jihad contra os infiéis na África Oriental.

'Defendemos nossa terra dos estrangeiros. Mujahedins, vocês estão defendendo os fiéis, somos milhares de soldados, incluindo cidadãos e estrangeiros. Todos devem estar dispostos a morrer por Alá', clamou.

O porta-voz do Al Shabab afirmou que o grupo jihadista somali se mantém alinhado com a Al Qaeda.

Godane, de 37 anos, foi um dos fundadores do Al Shabab e era o líder do grupo terrorista desde 2008, quando um ataque aéreo americano matou o então comandante, Aden Hashi Ayrow.

Foi Godane quem reivindicou, há um ano, a autoria do sangrento atentado contra o shopping Westgate de Nairóbi, a capital do Quênia, no qual morreram 67 pessoas.

Segundo o Pentágono, sua morte representa um 'duro golpe' contra essa milícia ligada à Al Qaeda.

O Al Shabab, que luta para instaurar um Estado islâmico radical na Somália, foi incluído em março de 2008 na lista de organizações consideradas terroristas pelo governo americano.

A Somália vive em um estado de guerra civil e caos desde 1991, quando o ditador Mohammed Siad Barre foi derrubado, o que deixou o país sem um governo efetivo e nas mãos de milícias islamitas, chefes tribais e grupos de criminosos armados.

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