China: tarifas retaliatórias serão feitas a partir do dia 20 sobre as importações de óleo de canola, carne de porco e frutos do mar do Canadá (Thomas Peter/Reuters)
Agência de notícias
Publicado em 8 de março de 2025 às 16h22.
A China anunciou que vai impor tarifas retaliatórias a partir do dia 20 sobre as importações de óleo de canola, carne de porco e frutos do mar do Canadá, à medida que a guerra comercial se intensifica.
Haverá uma tarifa de 100% sobre óleo e farelo de canola e produtos de ervilha, e uma taxa de 25% sobre as importações de carne de porco e alguns frutos do mar, informou o Ministério das Finanças em um comunicado neste sábado.
No ano passado, o Canadá impôs uma taxa de 100% sobre carros elétricos e 25% sobre aço e alumínio da China. Isso levou o governo chinês a lançar uma investigação antidumping sobre as importações de canola do Canadá e a apresentar uma queixa à Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar a decisão.
As tarifas prejudicam as operações e investimentos das indústrias chinesas e “violam seriamente” as regras da OMC, afirmou o governo.
O Canadá é um dos maiores produtores mundiais de canola. As exportações desses produtos para a China somaram 6,39 milhões de toneladas no ano passado, quase todas do Canadá.
Para esta temporada, a China deve importar cerca de 1,75 milhão de toneladas de óleo de canola, segundo projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. As importações chinesas de carne de porco diminuíram nos últimos anos, enquanto o país enfrenta um excedente doméstico em meio a uma economia enfraquecida.
Nesta semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumpriu a ameaça de impor tarifas abrangentes sobre as importações do Canadá e do México, além de dobrar a cobrança existente sobre a China. As novas tarifas dos EUA — 25% sobre a maioria das importações do Canadá e do México, e aumento da tarifa sobre a China para 20% — afetam aproximadamente US$ 1,5 trilhão em importações anuais.
A China está altamente vulnerável ao risco de uma guerra comercial global. Embora os EUA absorvam diretamente apenas cerca de 15% das exportações chinesas, muitos produtos são enviados para lá por meio do Vietnã, México e outros países.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse na quinta-feira que seu país revisaria as tarifas sobre as remessas da China. O ministro das Finanças do Canadá, Dominic LeBlanc, disse em entrevista à Bloomberg que o país está preparado para trabalhar com a Casa Branca para elaborar novas medidas a fim de evitar que a China faça "dumping no mercado americano".