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Hamas acusa Israel de ameaçar acordo de cessar-fogo ao adiar libertação de prisioneiros

Decisão de Israel de postergar a soltura de 602 palestinos gera reação do Hamas, que pede intervenção internacional

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 23 de fevereiro de 2025 às 08h25.

O Hamas acusou Israel de "colocar em grave perigo" o acordo de trégua após a decisão do governo israelense de adiar a libertação de mais de 600 prisioneiros palestinos, que deveriam ter sido soltos no sábado, depois da entrega de seis reféns israelenses.

“Ao adiar a libertação dos nossos prisioneiros (...) o inimigo se comporta como um criminoso e coloca em grave perigo todo o acordo de trégua”, declarou à AFP Bassem Naïm, dirigente do Hamas.

Naïm pediu aos mediadores internacionais, "em particular os Estados Unidos", que “pressionem o inimigo a aplicar o acordo e libertar imediatamente este grupo de prisioneiros”.

Israel exige mudanças na libertação de reféns

Israel anunciou neste domingo o adiamento da libertação dos prisioneiros palestinos, prevista no âmbito do frágil cessar-fogo em vigor na Faixa de Gaza, até que o Hamas apresente garantias de que acabará com as “cerimônias humilhantes” de libertação dos reféns israelenses.

Nas cerimônias, encenadas e transmitidas ao vivo, os reféns recebem em palcos certificados em hebraico para marcar o fim do cativeiro. Alguns são obrigados a falar ao microfone antes de serem entregues a representantes do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que os transportam até membros das forças de segurança israelenses.

Trégua em Gaza e troca de prisioneiros

A trégua entrou em vigor em 19 de janeiro, após mais de 15 meses de uma guerra desencadeada pelo ataque do Hamas em território israelense em 7 de outubro de 2023.

A primeira fase do acordo de cessar-fogo, que prevê três etapas, termina em 1º de março.

No sábado, na sétima troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos dentro do acordo de trégua, o Hamas libertou seis reféns, como estava previsto.

Quatro dos seis reféns soltos no sábado foram sequestrados durante o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, no sul de Israel.

Em troca, 602 prisioneiros deveriam ter sido libertados no sábado por Israel, segundo a ONG Clube de Prisioneiros Palestinos.

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