Agência de notícias
Publicado em 12 de maio de 2025 às 17h23.
O braço armado do Hamas anunciou a libertação do refém americano-israelense Edan Alexander, que estava em cativeiro na Faixa de Gaza desde o ataque de 7 de outubro de 2023. O refém foi entreguem ao Exército israelense nesta segunda-feira (12), e já se encontra em território israelense.
A libertação de Alexander ocorre no contexto de uma viagem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à Arábia Saudita, onde iniciará sua visita ao Oriente Médio.
A decisão de libertar o soldado com cidadania americana foi anunciada pelas Brigadas Ezzedine Al Qassam no Telegram. O movimento palestino afirmou que a ação foi fruto de negociações com o governo dos EUA, realizadas por mediadores, como parte de um esforço para alcançar um cessar-fogo temporário na região.
"Após contatos com os Estados Unidos, decidimos libertar o soldado sionista com cidadania americana", declarou o Hamas.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) confirmou que Edan Alexander foi "passado" ao Exército israelense, que também afirmou que o refém já se encontra em solo israelense. O governo de Israel expressou seu entusiasmo com a liberação, dando as "calorosas boas-vindas" a Alexander, conforme comunicado do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Antes da libertação, a avó de Alexander, Varda Ben Baruch, se declarou impaciente e emocionada, esperando poder "abraçar Edan e sentir que ele realmente está conosco", declarou em seu apartamento em Tel Aviv. Já em Gaza, o cessar-fogo temporário foi comemorado por civis. "É uma oportunidade para respirar e recuperar forças", afirmou Somaya Abu Al Kas, moradora de Gaza.
O governo israelense agradeceu a Donald Trump pela ajuda nas negociações, ressaltando que a libertação de Alexander foi resultado de "nossa pressão militar e da pressão política" do presidente americano.
Netanyahu também anunciou que enviaria uma delegação a Doha para negociações sobre outros reféns. As manifestações em Tel Aviv, com a presença de centenas de pessoas na Praça dos Reféns, celebraram a notícia, mas também pediram um acordo mais amplo para resolver a questão dos reféns e encerrar a guerra em Gaza.
Enquanto a libertação de Alexander é uma boa notícia para sua família, a situação na Faixa de Gaza permanece crítica. O Exército israelense impediu a entrada de ajuda humanitária desde 2 de março, deixando aproximadamente 2,4 milhões de pessoas em uma situação de escassez extrema de alimentos, medicamentos e combustível.
Um relatório da Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar (IPC) alertou para um "risco crítico de fome" e previu que 22% da população enfrentará uma situação "catastrófica" em breve.
Desde o ataque de 7 de outubro, o número de mortos em Israel já ultrapassa 1.200, a maioria civis, e pelo menos 250 pessoas foram sequestradas. Em resposta, a ofensiva de Israel matou mais de 52 mil pessoas em Gaza, também em sua maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas.