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Harvard é processada por foto de escravo feita para provar inferioridade

Tataraneta do negro fotografado em 1850 entrou com processo na Justiça contra a instituição

Tamara Lanier: descendente de escravo processa universidade (Lucas Jackson/Reuters)

Tamara Lanier: descendente de escravo processa universidade (Lucas Jackson/Reuters)

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Reuters

Publicado em 20 de março de 2019 às 20h32.

Última atualização em 20 de março de 2019 às 20h34.

A descendente de um escravo norte-americano entrou com um processo nesta quarta-feira contra a Universidade de Harvard para obter a posse de fotos de seu tataravô que a escola encomendou em 1850 em nome de um professor que tentava provar a inferioridade de pessoas negras.

As fotos, que retratam um homem negro chamado Renty e sua filha Delia, foram tiradas como parte de um estudo do professor de Harvard Louis Agassiz e estão entre as primeiras fotos de escravos norte-americanos das quais se têm conhecimento.

Atualmente, elas são mantidas no Museu Peabody de Arqueologia e Etnografia do campus de Cambridge, Massachusetts, da Universidade de Harvard.

Um representante de Harvard afirmou que não iria comentar e disse que a universidade ainda não havia recebido a queixa.

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Foto de escravo encomendada pela Universidade Havard (Lucas Jackson)

Tamara Lanier de Norwich, Connecticut, que afirma ser tataraneta de Renty, acusou Harvard de celebrar o ex-professor que estudava uma "pseudociência racista" e de lucrar com as fotos, que foram tiradas sem o consentimento de Renty e de sua filha.

"O que eu espero que consigamos realizar é mostrar ao mundo quem Renty é", disse Tamara durante coletiva de imprensa em Nova York. "Eu acho que esse caso é importante porque testará o clima moral desse país e forçará esse país a lidar com sua longa história de racismo".

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