Mundo

Igreja protesta contra demolição de propriedade por Israel

A família muçulmana despejada após a demolição tinha 14 pessoas e encontrou abrigo em uma barraca

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2013 às 18h36.

Jerusalém - O patriarca de Jerusalém, Fuad Twal, protestou nesta terça-feira contra a demolição pelas forças israelenses de uma propriedade do patriarcado que abrigava uma família palestina em Jerusalém Oriental anexada.

"Esse ato é contra a lei, a justiça e a humanidade, é contra a ideia de construção da paz. Ele aumenta a segregação e o ódio", declarou Twal, a mais alta autoridade católica na Terra Santa, que visitou o local com representantes de todas as correntes cristãs locais, perto do acesso à cidade palestina de Belém.

Usando escavadeiras, as forças de segurança israelenses começaram a demolir a construção nesta madrugada, afirmando que tinha sido construída sem licença, de acordo os moradores. A família muçulmana despejada tinha 14 pessoas e encontrou abrigo em uma barraca.

Twal disse que a propriedade era legal e que o Patriarcado Latino (católico) não tinha recebido uma ordem de demolição por parte das autoridades israelenses.

"Este é um terreno religioso e sempre será. O Ministério (israelense) do Interior e a Prefeitura (israelense) de Jerusalém sabiam muito bem que esta terra pertencia ao Patriarcado", lamentou o prelado que irá acionar a justiça israelense e internacional.

O Ministério do Interior e a Prefeitura não quiseram comentar o caso.

A demolição da casa acontece 48 horas antes de uma nova visita do secretário de Estado americano, John Kerry, para impulsionar o processo de paz na região. Kerry se reunirá na quarta-feira com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, em Belém (Cisjordânia).

Em um comunicado divulgado nesta terça, a Associação Israelense pelos Direitos Civis em Israel (ACRI), alertou que a Prefeitura israelense de Jerusalém havia notificado nos últimos dias centenas de famílias palestinas em Jerusalém Oriental, acusadas de construírem suas casas sem autorização.

Jerusalém Oriental, de maioria árabe, foi ocupada e anexada por Israel em junho de 1967. Essa anexação não é reconhecida pela comunidade internacional.

Acompanhe tudo sobre:Conflito árabe-israelenseFamíliaJerusalém

Mais de Mundo

Ucrânia e EUA assinam acordo para exploração de terras raras no país europeu

Cardeais discutem situação financeira da Santa Sé, um dos desafios do novo papa

Trump diz não querer que China sofra com tarifas que impôs ao país

Ucrânia expressa disponibilidade para declarar trégua de até 3 meses