Mundo

Incêndio em Hong Kong deixa 128 mortos e mais de 100 desaparecidos

Segundo as autoridades, mais de 80 corpos ainda não foram identificados

Hong Kong: incêndio começou na tarde de quarta-feira, 26, no conjunto residencial Wang Fuk Court (DALE DE LA REY/AFP)

Hong Kong: incêndio começou na tarde de quarta-feira, 26, no conjunto residencial Wang Fuk Court (DALE DE LA REY/AFP)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 28 de novembro de 2025 às 06h59.

O pior incêndio registrado em Hong Kong em várias décadas chegou a 128 mortos nesta sexta-feira, 28. Segundo as autoridades, os alarmes contra incêndio dos arranha-céus residenciais atingidos não funcionaram de maneira correta, o que agravou a tragédia no complexo residencial Wang Fuk Court, no distrito de Tai Po, que tem mais de 1.800 apartamentos.

As buscas por sobreviventes foram encerradas após mais de 40 horas de trabalho dos bombeiros. O fogo começou na tarde de quarta-feira, 26.

As autoridades ainda investigam as causas do fogo. Os andaimes de bambu e as redes de proteção de plástico que costumam envolver prédios em reforma na cidade estão sendo analisados.

Identificação das vítimas

De acordo com o secretário de Segurança da cidade, Chris Tang, apenas 39 corpos foram identificados até o momento. Há 89 cadáveres ainda sem identificação e 79 pessoas ficaram feridas. Parentes de mais de 100 desaparecidos percorreram hospitais e centros de identificação em busca de informações.

Durante a manhã de sexta-feira, equipes de emergência continuaram retirando corpos dos escombros. Um correspondente da AFP relatou ter visto quatro remoções em apenas 15 minutos. Os corpos foram levados a um necrotério próximo para reconhecimento por familiares.

Moradores do complexo disseram à AFP que não ouviram qualquer alarme. Muitos precisaram bater de porta em porta para alertar vizinhos sobre o avanço das chamas.

O que causou o incêndio em Hong Kong?

O chefe dos bombeiros, Andy Yeung, afirmou que os alarmes dos edifícios “não funcionavam de maneira correta” e que “medidas coercitivas” serão adotadas contra os responsáveis.

As autoridades avaliam o papel dos andaimes de bambu — altamente inflamáveis — e das redes plásticas de proteção que envolviam os prédios.

A agência anticorrupção de Hong Kong abriu uma investigação sobre as obras de reforma. A polícia também deteve três homens suspeitos de negligência por deixarem embalagens de espuma no local.

O Departamento de Trabalho informou ter realizado 16 inspeções nas obras do Wang Fuk Court desde julho de 2024, incluindo uma no dia 20 de novembro, e disse que emitiu “advertências”.

O governo anunciou ainda uma inspeção urgente em todos os conjuntos habitacionais com obras importantes, além da possibilidade de substituir os andaimes de bambu por estruturas metálicas.

Como forma de auxílio imediato, o governo criou um fundo de US$ 38,5 milhões (R$ 206 milhões) para apoiar os afetados. As atividades ligadas às eleições legislativas de 7 de dezembro foram suspensas em respeito às vítimas.

Esta é a tragédia com maior número de mortos em Hong Kong desde 1948, quando uma explosão seguida de incêndio matou pelo menos 135 pessoas.

As autoridades esperam concluir as investigações iniciais em até quatro semanas.

*Com informações da AFP

Acompanhe tudo sobre:Hong KongIncêndios

Mais de Mundo

Morre agente da Guarda Nacional atacada a tiros perto da Casa Branca

Deputados da França rejeitam por unanimidade o tratado UE-Mercosul

Após ataque em Washington, Trump ordena revisão de 'green cards' emitidos a 19 nacionalidades

Após golpe militar, general da Guiné-Bissau é nomeado presidente interino