Mundo

Irã afirma que é possível chegar a acordo nuclear se os EUA mostrarem boa vontade

Abbas Araghchi, chanceler do Irã, declarou que a suspensão das sanções é a principal condição para um acordo com os EUA sobre o programa nuclear

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 8 de abril de 2025 às 12h00.

Última atualização em 8 de abril de 2025 às 12h10.

Tudo sobreEstados Unidos (EUA)
Saiba mais

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, afirmou nesta terça-feira, 8, que um acordo com os Estados Unidos sobre o programa nuclear iraniano é possível se Washington mostrar boa vontade nas conversações previstas para este fim de semana em Omã.

"Se a outra parte tiver a vontade necessária e suficiente, é possível alcançar um acordo. É tanto uma oportunidade como um teste. A bola está no campo dos Estados Unidos", destacou o chanceler iraniano no X.

O "objetivo principal" de Teerã é que as sanções sejam suspensas, acrescentou. Sua reimposição por parte de Donald Trump em 2018 representou um duro golpe na economia iraniana.

O presidente dos Estados Unidos anunciou surpreendentemente que sua administração inciaria conversações com o Irã durante uma reunião na Casa Branca na segunda-feira com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, cujo país é inimigo de Teerã.

Trump detalhou que as conversações seriam "diretas", mas Araghchi insiste que suas negociações com o enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, no sábado no Sultanato de Omã, serão "indiretas".

"Não aceitaremos nenhum outro formato de negociação", declarou Araghchi a meios oficiais. "O formato das negociações não é o mais importante na minha opinião. O que realmente importa é a eficácia ou não das conversações", destacou.

"Se a outra parte mostrar a vontade necessária, é possível chegar a um acordo. A bola está no campo dos Estados Unidos", insistiu.

Grande perigo

Na segunda-feira, no Salão Oval, Trump afirmou ter esperanças de chegar a um acordo com Teerã, mas alertou que a República Islâmica estaria em "grande perigo" se as negociações fracassarem.

O anúncio ocorre depois que o Irã rejeitou negociações diretas sobre um novo acordo para limitar as atividades nucleares do país, qualificando a ideia de inútil.

O presidente americano se retirou do último acordo de 2018, durante seu primeiro mandato, e existe uma grande especulação de que Israel — possivelmente com a ajuda dos EUA — poderia atacar instalações iranianas se um novo acordo não for alcançado. As potências ocidentais, lideradas por Washington, acusam o Irã de querer fabricar armas atômicas. Teerã, contudo, rejeita as acusações e afirma que seu programa nuclear é apenas para fins civis.

No mês passado, Trump enviou uma carta aos líderes iranianos pedindo negociações sobre seu programa nuclear. Mas, ao mesmo tempo, ameaçou bombardear o Irã se a diplomacia fracassar e impôs sanções adicionais contra seu setor petrolífero.

O Irã não busca ter armas atômicas, mas "não terá outra opção" a não ser fazer isso, caso os Estados Unidos o ataquem, alertou na segunda Ali Larinkhani, um conselheiro do líder supremo da República Islâmica, o aiatolá Ali Khamenei.

Irã e Estados Unidos, estreitos aliados durante a monarquia dos Pahlavi, não mantêm relações diplomáticas desde 1980, um ano depois da Revolução Islâmica.

Os dois países trocam informações indiretamente por meio da embaixada suíça em Teerã.

O sultanato de Omã e o Qatar já desempenharam um papel de mediador no passado.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Donald TrumpArmas nucleares

Mais de Mundo

Milei diz que dolarização da Argentina 'é como uma pizza'

Netanyahu visita Faixa de Gaza pela 1ª vez desde a nova ofensiva israelense

Diretor de 'Esqueceram de Mim 2' lamenta breve participação de Trump no filme de 1992

Zelensky reitera interesse em comprar sistemas de mísseis Patriot após críticas de Trump