Agência de Notícias
Publicado em 24 de junho de 2025 às 14h53.
Última atualização em 24 de junho de 2025 às 15h18.
A Agência de Energia Atômica do Irã anunciou nesta terça-feira que o país islâmico está pronto para retomar o enriquecimento de urânio como parte de seu programa nuclear, 12 dias após Israel começar a bombardear instalações nucleares iranianas em meio a um frágil cessar-fogo.
"O programa nuclear do Irã será retomado sem interrupção e estamos prontos para reiniciar o enriquecimento — nosso programa não vai parar", informou a agência, de acordo com a imprensa iraniana.
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, enalteceu nesta terça-feira o cessar-fogo alcançado entre Israel e Irã e pediu a retomada da cooperação com a agência que ele dirige.
Em mensagem publicada na rede social X, o diplomata argentino disse que havia escrito para o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, a quem propôs uma reunião "em breve", enfatizando que esse passo "poderia levar a uma solução diplomática para a disputa de longa data sobre o programa nuclear".
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta manhã que Israel e Irã haviam concordado com um cessar-fogo, o que ambos os países confirmaram, embora Tel Aviv e Teerã tenham se acusado mutuamente de lançar mísseis pouco depois.
A região tem visto uma escalada de violência desde 13 de junho, quando Israel iniciou uma ofensiva contra as instalações do programa militar e nuclear do Irã em uma série de ataques que foram respondidos pelo Irã.
As tensões aumentaram quando os EUA se juntaram aos ataques ao território iraniano no fim de semana, bombardeando três instalações nucleares no Irã, uma agressão que o país islâmico respondeu atacando a base americana de al-Udeid, no Catar, a maior do Oriente Médio, na segunda-feira.
Inspetores da AIEA têm verificado e monitorado o programa nuclear iraniano há mais de duas décadas, mas até agora não conseguiram garantir sua natureza pacífica devido à falta de cooperação e transparência total do Irã, embora Grossi tenha admitido que não há nenhuma evidência de que Teerã esteja buscando a fabricação de uma bomba atômica.