Mundo

Irã e Rússia retomarão comércio nuclear de urânio

O Irã se desfará de suas reservas de urânio enriquecido, enquanto comprará o mineral em estado natural para alimentar suas usinas nucleares


	Acordo nuclear: o Irã deve reduzir suas reservas de urânio enriquecido de 8.305 quilos para no máximo 300
 (Raheb Homavandi / Reuters)

Acordo nuclear: o Irã deve reduzir suas reservas de urânio enriquecido de 8.305 quilos para no máximo 300 (Raheb Homavandi / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2015 às 11h00.

Teerã - O Irã e a Rússia retomarão o comércio em matéria de energia nuclear com um plano que prevê a venda de nove toneladas de urânio enriquecido a Moscou, enquanto Teerã comprará dos aliados 140 toneladas do minério.

"O Irã se une ao clube dos fornecedores de urânio enriquecido", disse o chefe da Organização da Energia Atômica do Irã (OEAI), Ali Salehi, em declarações divulgadas pela agência oficial "Irna".

Esse plano de compra e venda faz parte de uma medida prevista no Plano Integral de Ação Conjunta (JCPOA, na sigla em inglês), o acordo sobre o programa nuclear entre o Irã e o Grupo 5+1 (Estados Unidos, França, Rússia, Reino Unido, China, mais Alemanha) firmado em julho e que permitirá o fim das sanções contra o país em troca de uma redução substancial de suas atividades atômicas.

Deste modo, o Irã se desfará de suas reservas de urânio enriquecido a 4% com sua venda à Rússia, enquanto comprará o mineral em estado natural para alimentar suas usinas nucleares, dando sequência aos programas de pesquisa autorizados no pacto.

Segundo o JCPOA, o Irã deve reduzir suas reservas de urânio enriquecido de 8.305 quilos para no máximo 300.

Salehi afirmou, além disso, que as autoridades russas também aceitaram "ajudar" o Irã a melhorar suas centrífugas experimentais pra produzir isótopos estáveis.

O país também têm planos de construir um complexo de combustível nuclear para a usina de Bushehr com auxílio de Moscou.

O anúncio ocorreu poucas horas depois de o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ter decretado, às vésperas de uma viagem oficial ao Irã, o fim do embargo à exportação de tecnologia nuclear à República Islâmica.

A medida era necessária para aplicar outros pontos previstos pelo JCPOA, que requer, além da exportação do urânio enriquecido iraniano, a modificação técnica dos centros nucleares de Arak e Fordo, para a qual o Irã precisa de ajuda externa.

No último dia 22, os países que formam o G5+1 e o Irã anunciaram que conseguiram finalizar o documento no qual estabelecem as condições e as obrigações associadas à modernização do reator de pesquisa de Arak.

A chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, classificou o documento como "outro passo importante" na aplicação do JCPOA.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou há uma semana que o Irã começou a desmantelar algumas partes de seu programa nuclear, dando início à aplicação do JCPOA.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEnergiaEnergia nuclearEuropaInfraestruturaIrã - PaísRússia

Mais de Mundo

Tarifaço de Trump deve provocar impacto similar ao da Covid nos EUA

Presidência brasileira do Brics pede 'retirada total' das forças israelenses de Gaza

Trump quebra protocolos e volta a pedir anexação do Canadá no dia das eleições

Apagão na Espanha e Portugal gera caos, paralisa trens e leva a corrida por rádios de pilha