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Irã: governo reconhece 'dezenas de milhares' detidos em protestos

Mais de 19.600 pessoas foram presas durante os protestos, de acordo com ativistas de direitos humanos no Irã

Irã: protestos são antigoverno. (AFP/AFP Photo)

Irã: protestos são antigoverno. (AFP/AFP Photo)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de fevereiro de 2023 às 11h46.

O líder supremo do Irã ordenou uma anistia ou redução nas sentenças de prisão para "dezenas de milhares" de pessoas detidas em meio a protestos antigovernamentais que abalam o país reconhecendo pela primeira vez a escala da repressão. O decreto do aiatolá Ali Khamenei, parte de um perdão anual que o líder supremo faz antes do aniversário da Revolução Islâmica de 1979, acontece enquanto as autoridades ainda não disseram quantas pessoas foram detidas nas manifestações.

Reportagens da mídia estatal sobre o decreto não ofereceram nenhuma explicação para a decisão de Khamenei, que tem a palavra final em todos os assuntos de estado no Irã. No entanto, prisões e centros de detenção já enfrentavam superlotação no país após anos de protestos por questões econômicas e outros assuntos.

As autoridades também não citaram quais manifestantes obtiveram o perdão ou receberam sentenças mais curtas. A televisão estatal referiu-se às manifestações como um "distúrbio apoiado por estrangeiros", em vez de uma manifestação local provocada pela morte de Masha Amini, uma mulher iraniana-curda detida pela polícia moral do país em setembro.

Mais de 19.600 pessoas foram presas durante os protestos, de acordo com ativistas de direitos humanos no Irã. Pelo menos 527 pessoas foram mortas enquanto as autoridades reprimiam violentamente as manifestações, de acordo com o grupo. O Irã não oferece um número de mortos há meses e já executou pelo menos quatro pessoas detidas em meio aos protestos após julgamentos criticados internacionalmente.

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