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Irã promete vingança após ataques dos EUA e eleva tensão no Oriente Médio

Teerã classificou Trump como “apostador” e afirmou que ampliará a lista de alvos legítimos após bombardeios contra instalações nucleares

Publicado em 23 de junho de 2025 às 05h53.

O governo do Irã declarou nesta segunda-feira, 23, que a ofensiva dos Estados Unidos contra suas instalações nucleares ampliou o escopo de alvos considerados legítimos pelas Forças Armadas iranianas.

Em pronunciamento gravado em inglês, o porta-voz do quartel-general Khatam al-Anbiya, Ebrahim Zolfaqari, chamou o presidente Donald Trump de “apostador” e prometeu que Teerã “terminará a guerra que ele começou”.

A declaração ocorre após os EUA lançarem bombas de penetração profunda contra os principais centros nucleares do Irã, marcando a entrada formal do país na guerra iniciada em 13 de junho por Israel. O bombardeio atingiu as usinas de Fordow, Natanz e Isfahan com 14 explosivos do tipo Massive Ordnance Penetrator e mísseis Tomahawk lançados de um submarino.

Em resposta, o Irã manteve os ataques com mísseis contra Israel, enquanto o governo israelense anunciou mais uma série de ofensivas aéreas, incluindo alvos militares em Teerã e na região de Kermanshah.

Segundo autoridades iranianas, mais de 400 pessoas morreram desde o início da campanha israelense, a maioria civis.

Impactos militares e econômicos se ampliam

Além das baixas humanas, o conflito trouxe efeitos imediatos à economia global. O preço do petróleo chegou a subir quase 6% nas primeiras horas do dia, atingindo brevemente mais de US$ 80, antes de recuar para US$ 76,64 por barril.

Teerã também sinalizou a possibilidade de fechar o Estreito de Hormuz, rota por onde passa cerca de 20% do petróleo mundial. A decisão, no entanto, depende da aprovação do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do líder supremo Ali Khamenei. “É suicídio econômico para eles se fizerem isso”, advertiu o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.

Enquanto avalia suas opções, o Irã ainda não atacou diretamente alvos americanos. No entanto, o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica mencionou a presença militar dos EUA na região como “vulnerabilidade”, sem confirmar ações iminentes.

O chanceler iraniano, Abbas Araqchi, afirmou que não haverá retorno à diplomacia até que Teerã tenha retaliado. Ele se encontrou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, nesta segunda-feira, em busca de coordenação estratégica.

Trump fala em “mudança de regime”

Apesar de o governo dos EUA declarar que o objetivo das operações é apenas desmantelar o programa nuclear iraniano, o presidente Trump voltou a levantar a possibilidade de mudança de regime. Em rede social, escreveu: “Se o regime iraniano atual não conseguir fazer o Irã ser grande novamente, por que não haveria uma mudança de regime?”.

O secretário de Defesa, Pete Hegseth, declarou que os ataques tiveram objetivos “limitados”, mas imagens de satélite analisadas por especialistas sugerem que a planta de Fordow sofreu danos severos.

A escalada deixa o mundo em alerta quanto aos próximos passos. A maior preocupação internacional é que o Irã, isolado de seus principais aliados, como Rússia e China, recorra a ações que afetem diretamente o fornecimento global de energia.

A Casa Branca reiterou que qualquer retaliação direta contra forças americanas será respondida com “força muito maior”.

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