Agência de notícias
Publicado em 17 de setembro de 2025 às 10h12.
Última atualização em 17 de setembro de 2025 às 10h20.
Israel anunciou a abertura de uma nova rota de passagem temporária para permitir a fuga de civis palestinos da Cidade de Gaza nesta quarta-feira, um dia após o início da esperada grande ofensiva por terra para eliminar o grupo terrorista Hamas.
O porta-voz em língua árabe das Forças Armadas israelenses, Avichay Adraee, afirmou que foi aberta "uma rota de passagem temporária na estrada Salah al-Din", que atravessa o centro da Faixa de Gaza de norte a sul. O corredor permanecerá aberto por apenas por 48 horas, a partir do meio-dia (6h00 em Brasília) de quinta-feira.
Até agora, o Exército havia incentivado os moradores a abandonar a Cidade de Gaza por uma estrada costeira em direção ao que chama de zona humanitária, mais ao sul, que inclui partes da localidade de al-Mawasi. O Exército israelense estima que mais de 350 mil pessoas fugiram para o sul.
Veículos blindados israelenses cercaram o principal centro urbano palestino ao longo do dia de ontem, com o início da operação terrestre. Em um comunicado, as Forças Armadas de Israel informaram que mais de 150 alvos foram atacados apenas no primeiro dia. A Defesa Civil de Gaza, ligada ao Hamas, diz que 12 pessoas morreram nesta quarta-feira, com a continuidade dos ataques.
A ONU estima que a Cidade de Gaza era o lar de quase 1 milhão de pessoas no final de agosto. A nova ofensiva, porém, provocou mais um êxodo palestino nos últimos dias — embora muitas pessoas tenham dito que não pretendem sair da cidade, por considerar que não existe lugar seguro no enclave.
Os movimentos forçados da população são motivo de preocupação internacional. O papa Leão XIV expressou nesta quarta-feira sua solidariedade com os moradores de Gaza e denunciou que "mais uma vez" foram deslocados de maneira "forçada".
"Renovo meu apelo por um cessar-fogo, a libertação dos reféns, uma solução diplomática negociada e o pleno respeito ao direito humanitário internacional", disse o Pontífice.
Na terça-feira, a Comissão Internacional Independente de Investigação da ONU, que reúne investigadores, mas não fala em nome das Nações Unidas, afirmou que "um genocídio está acontecendo em Gaza", citando o deslocamento forçado de pessoas como um dos elementos avaliados.
Israel rejeitou o relatório, acusando-o de ser "tendencioso e mentiroso", além de usar dados do Hamas. O governo israelense também pediu uma dissolução "imediata" da comissão investigadora.
*Com informações da AFP