O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul (à esquerda), acompanhado de seu homólogo israelense, Gideon Saar, concede uma coletiva de imprensa no museu memorial do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém, em 11 de maio de 2025, durante sua visita a Israel. (Foto de GIL COHEN-MAGEN / AFP) (AFP Photo/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 11 de maio de 2025 às 13h27.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, afirmou neste domingo,11, que o Estado judeu está totalmente de acordo com o plano do governo dos Estados Unidos para restabelecer a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, bloqueada pelos israelenses desde o dia 2 de março sob alegação de que os carregamentos estavam sendo desviados pelo grupo terrorista Hamas — e que provocou uma das maiores crises humanitárias no enclave desde o início da guerra.
"Israel endossa integralmente o plano do governo [Donald] Trump apresentado na sexta-feira pelo embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee" — disse Saar durante uma coletiva de imprensa em Jerusalém. "Durante esta guerra, Israel permitiu que ajuda humanitária entrasse em Gaza e a facilitou, mas o Hamas roubou essa ajuda da população".
O embaixador dos EUA delineou o plano para autoridades israelenses na sexta-feira,9, um dia após o Departamento de Estado dos EUA anunciar que uma nova fundação lideraria a distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Em linhas gerais, a proposta se assemelha ao formato antecipado por jornais israelenses, que previam a centralização da distribuição de ajuda em uma prestadora privada, em zonas pré-determinadas pelo Exército israelense — que não se envolveriam diretamente na entrega.
"Os israelenses participarão da segurança militar necessária, já que esta é uma zona de guerra, mas não participarão da distribuição de alimentos, nem mesmo da entrega a Gaza", disse Huckabee, sem oferecer um cronograma para a operação de ajuda nem maiores informações sobre a fundação não governamental que estaria envolvida.
A iniciativa atraiu críticas internacionais por parecer marginalizar as Nações Unidas e as organizações humanitárias existentes, reformulando efetivamente a atual estrutura humanitária em Gaza.
No início da semana, quando o plano israelense começou a ser tratado na imprensa do país, uma série de ONGs afirmaram que a medida seria "fundamentalmente contrária aos princípios humanitários", e que exigir o deslocamento de civis para zonas específicas faria com que pessoas em situação vulnerável fossem particularmente afetadas.