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Israel retira tropas militares após acordo de paz com o Hamas

Plano negociado por Trump prevê fim das hostilidades em 24 horas, libertação de reféns e supervisão internacional do acordo

Publicado em 10 de outubro de 2025 às 06h13.

Última atualização em 10 de outubro de 2025 às 07h09.

Israel retirou as tropas de regiões da Faixa de Gaza nas próximas 24 horas após acordo com o Hamas, dando início à primeira fase de uma trégua negociada com apoio dos Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia. O plano também prevê a libertação dos reféns israelenses em até 72 horas depois do acordo, aprovado na quinta-feira, 9, e a entrada imediata de ajuda humanitária no enclave.

A ofensiva militar, que durou dois anos, matou mais de 67 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, e deixou Israel isolado politicamente em meio a crescentes pressões diplomáticas.

Agora, com o acordo, o país inicia a desmobilização de suas forças de áreas como Cidade de Gaza, Khan Younis e o campo de Nusseirat, onde tropas já desmontaram posições.

O pacto é parte de um plano apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que inclui a troca de cerca de 2.000 prisioneiros palestinos pelos reféns capturados durante os ataques de 2023. Entre os 48 israelenses ainda sob custódia do Hamas, 20 estariam vivos. O restante é considerado morto ou com destino desconhecido.

Etapas do acordo incluem cessar-fogo total e devolução de corpos

Pelo texto assinado pelas duas partes, o fim imediato da guerra foi anunciado após a aprovação do governo israelense. Todas as operações militares, incluindo bombardeios e ataques terrestres, devem cessar, assim como a vigilância aérea nas áreas evacuadas, durante o período de implementação.

A retirada das tropas israelenses ocorrerá conforme as linhas previstas em um mapa anexo ao acordo. Israel se compromete a não retornar às regiões desocupadas, desde que o Hamas cumpra todos os termos estabelecidos.

Dentro das 72 horas seguintes, o Hamas deverá libertar todos os reféns israelenses vivos e entregar os corpos dos que morreram em cativeiro.

Um mecanismo de troca de informações, com mediação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, será ativado para localizar restos mortais ainda não recuperados e para a entrega dos corpos de palestinos mortos em poder de Israel.

Em contrapartida, Israel também se compromete a libertar prisioneiros palestinos.

Tropas internacionais vão fiscalizar trégua

A execução do acordo será acompanhada por uma força-tarefa internacional composta por representantes de Estados Unidos, Egito, Catar, Turquia e outros países. Os Estados Unidos anunciaram o envio de 200 militares que atuarão fora da Faixa de Gaza, monitorando o cumprimento da trégua.

A ajuda humanitária terá entrada imediata, com base nos termos de um acordo anterior, de 19 de janeiro de 2025. O fluxo inclui alimentos, medicamentos e abrigo para centenas de milhares de civis deslocados.

Continua em negociação a segunda fase do plano, que tratará da reconstrução da Faixa de Gaza e da administração futura do território. A proposta prevê a criação de um “Conselho de Paz” internacional para supervisionar esse processo.

Trump confirmou que deve viajar à região no início da próxima semana, onde pode participar de uma cerimônia simbólica no Egito. A Organização das Nações Unidas (ONU) e líderes europeus classificaram o acordo como a oportunidade mais concreta para encerrar o conflito desde 2023.

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