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Israel diz que fará ataque à capital do Irã e pede que moradores evacuem bairro inteiro

País quer acabar com capacidade nuclear do Irã, que revidou ataques e disparou mais mísseis contra Tel Aviv

Fumaça em ataque a depósito de petróleo ao noroeste de Teerã (AFP)

Fumaça em ataque a depósito de petróleo ao noroeste de Teerã (AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 16 de junho de 2025 às 11h25.

Última atualização em 16 de junho de 2025 às 12h23.

O Exército de Israel soltou um comunicado em que disse que fará um grande ataque à Teerã, capital do Irã, e recomendou que os moradores deixem a área.

"Caros cidadãos, para sua segurança, pedimos que deixem imediatamente a área do Distrito 3 de Teerã. Nas próximas horas, o Exército de Israel irá operar nesta área, para atacar a infraestrutura militar do regime iraniano", disse, em persa, o general Kamal Penhasi, porta-voz israelense.

A postagem do alerta, nas redes sociais, foi acompanhada de um mapa com as áreas demarcadas. No entanto, o acesso à internet foi limitado no Irã após os ataques, por ordem do governo, o que pode dificultar o acesso dos moradores locais à mensagem.

Teerã é dividida em 22 distritos. O Distrito 3 fica na região nordeste da cidade, abriga 330 mil moradores e corresponde a 4,5% do território da cidade. No bairro, está localizada a sede da rádio e TV estatal, IRIB. Israel Katz, ministro de Defesa de Israel, disse que ela está "perto de desaparecer".

Nas últimas horas, autoridades israelenses declararam ter o controle aéreo de Teerã. Ou seja: que teriam condições de sobrevoar e atacar alvos na cidade, pois as defesas aéreas iranianas na região teriam sido neutralizadas.

Alerta de evacuação com mapa de bairro de Teerã, divulgado pelo Exército de Israel (Reprodução)

"Quando controlamos os céus sobre Teerã, estamos atingindo os alvos do regime, ao contrário do regime do Irã que mira nossos cidadãos e vem matar mulheres e crianças", disse o primeiro-ministro israelense, Benjamim Netanyahu.

Os ataques de Israel começaram na sexta-feira, 16, com o objetivo declarado de acabar com o programa nuclear do Irã. Além de instalações atômicas, o país tem feito ataques para matar líderes militares e cientistas iranianos, bem como para destruir a capacidade militar iraniana.

Pelo menos 224 pessoas morreram e 1.257 ficaram feridas nos ataques israelenses em todo o país, a maioria civis, segundo autoridades de saúde iranianas. O Irã, por sua vez, já lançou nove ondas de ataques contra Israel, matando ao menos 23 pessoas.

Reação do Irã

O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, convocou o povo iraniano nesta segunda-feira a "lutar de mãos dadas" e permanecer unido diante da ofensiva de Israel, que deixou pelo menos 224 mortos em quatro dias de ataques contra a nação persa.

"Todos os nossos compatriotas devem se unir para se defender do ataque israelense", disse o presidente iraniano em um discurso ao Parlamento transmitido ao vivo pela televisão estatal. "O inimigo não pode eliminar a nação iraniana por meio do terror: cada vez que um herói cai, centenas de outros heróis se levantam e hasteiam a bandeira", assegurou.

Desde sexta-feira, quando os ataques começaram, Israel atacou a infraestrutura militar, energética, civil e nuclear do Irã, bem como inúmeras áreas residenciais em Teerã.

Hoje mesmo, um hospital foi atingido em um ataque contra a cidade ocidental de Kermanshah. As autoridades não confirmaram nenhuma morte até o momento, embora a agência de notícias “Fars” tenha relatado vários pacientes feridos.

Com EFE. 

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