Agência de Notícias
Publicado em 19 de agosto de 2025 às 15h29.
Israel exige a libertação de todos os reféns que permanecem na Faixa de Gaza (20 vivos e 30 mortos), em linha com sua política “coerente” à questão, diante do acordo de libertação de parte dos sequestrados aceito pelo Hamas e sobre o qual o governo israelense ainda não se pronunciou, informou nesta terça-feira, 19, um alto responsável político israelense.
A fonte explicou, em declaração sobre as negociações para um possível cessar-fogo na Faixa de Gaza, que “a política de Israel é coerente e não mudou”.
“Israel exige a libertação de todos os 50 reféns, de acordo com os princípios estabelecidos pelo gabinete para pôr fim à guerra”, acrescentou sobre os cinco pontos que o governo israelense aprovou há mais de uma semana, junto com o plano de expandir a ofensiva em Gaza e ocupar a Cidade de Gaza e outras zonas costeiras, deslocando mais de um milhão de pessoas para o sul do território palestino.
“Estamos na fase final da tomada de decisões do Hamas e não deixaremos nenhum refém para trás”, acrescentou a fonte, que pediu anonimato.
A declaração foi feita enquanto Egito e Catar, mediadores entre Israel e Hamas, aguardam a resposta de Israel à última proposta de trégua, aceita nesta terça-feira pelo grupo islâmico palestino.
Enquanto Israel se opõe há dias a uma trégua que não implique a libertação de todos os reféns de uma só vez, com declarações explícitas a esse respeito do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, a proposta aprovada pelo Hamas prevê um cessar-fogo de 60 dias, durante o qual parte dos reféns seria libertada.
Hoje, o Catar afirmou que a proposta aceita pelo Hamas é “quase idêntica” a outras que Israel já havia concordado em ocasiões anteriores.
“Tudo o que posso afirmar é que quase 98% do que ficou acertado pelos israelenses estava contido nesta proposta recente”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed Al Ansari, em entrevista coletiva.
Quanto à proposta, apenas comentou que “ela começa com um cessar-fogo provisório de 60 dias, durante o qual serão trocados prisioneiros (palestinos) e reféns (em Gaza), assim como com o reposicionamento das forças de ocupação israelenses, além da intensificação da entrega de ajuda humanitária”.