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Israel ataca Gaza, encerra cessar-fogo e deixa mais de 400 mortos

Segundo a Casa Branca, Trump foi consultado antes dos ataques serem realizados; outros 440 feridos chegaram aos hospitais

Casa Branca: Trump foi consultado pelos israelenses antes dos ataques serem realizados  (AFP)

Casa Branca: Trump foi consultado pelos israelenses antes dos ataques serem realizados (AFP)

Publicado em 18 de março de 2025 às 06h24.

Última atualização em 18 de março de 2025 às 10h41.

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As Forças Armadas de Israel anunciaram na madrugada desta terça-feira, 18, (noite de segunda no Brasil) que estavam realizando “ataques extensivos” na Faixa de Gaza, o que coloca fim ao cessar-fogo que havia sido acordado em janeiro.

Segundo a Defesa Civil de Gaza, controlado pelo grupo terrorista Hamas, ao menos 404 pessoas morreram. Alvos foram atingidos na Cidade de Gaza, Khan Younis, Rafah e Deir al-Balah. Outros 562 feridos chegaram aos hospitais.

"Mais de 330 mártires, a maioria crianças, mulheres e idosos, são o saldo inicial da agressão", declarou Mahmud Basal, porta-voz da entidade. Ele especificou que mais de 82 mortes ocorreram na cidade de Khan Younis, no Sul do território, e as demais entre Nuseirat (Centro), Cidade de Gaza e o Norte da região.

Acordo durou dois meses

A ação acontece em meio ao impasse nas negociações de uma segunda fase do acordo de cessar-fogo, que deveria ser implementada após o término da primeira, no início deste mês. Nesta etapa, a trégua previa alcançar um cessar-fogo permanente, além da libertação — ou devolução de corpos — de todos os reféns ainda em Gaza e retirada total das forças israelenses do território palestino, medida rejeitada por Israel.

Em uma postagem no Telegram, o Exército israelense disse que estava “realizando ataques extensivos a alvos terroristas pertencentes à organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza”. Logo depois, as autoridades israelenses cancelaram as aulas hoje em escolas nos arredores de Gaza, indicando que uma operação mais ampla pode estar a caminho.

Segundo o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ele e o ministro da Defesa, Israel Katz, “instruíram as Forças Armadas a agir com força contra a organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza” alegando que o grupo se recusou “a libertar nossos reféns” e rejeitou as propostas do enviado do governo americano, Steve Witkoff.

O enviado do presidente Donald Trump queria estender a primeira fase até meados de abril, mas autoridades do Hamas rejeitam a proposta alegando que se libertarem todos os reféns sem obter a trégua permanente, ficarão sem moeda de troca com Israel.

Segundo o comunicado, “Israel vai, de agora em diante, agir contra o Hamas com força militar cada vez maior”.

À agência Reuters, um alto funcionário do Hamas disse que os ataques israelenses significam que Israel está pondo fim de forma unilateral ao cessar-fogo em Gaza, iniciado em 19 de janeiro.

Em comunicado, o Hamas disse que “Netanyahu e seu governo estão renovando a agressão e a guerra de extermínio contra civis”, acrescentando que o governo israelense deu um “golpe contra o acordo de cessar-fogo, colocando em risco o destino dos reféns em Gaza”.

O grupo, que governa desde 2007 a Faixa de Gaza, cobrou os mediadores — Egito, Catar e Estados Unidos — a responsabilizarem Netanyahu por violar a trégua. Segundo a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, o governo Trump foi consultado pelos israelenses antes dos ataques em Gaza.

Segundo a Secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, o governo do presidente Donald Trump foi consultado pelos israelenses antes de realizar os ataques em Gaza.

"Como o presidente Trump deixou claro, o Hamas, os Houthis, o Irã, todos aqueles que buscam aterrorizar não apenas Israel, mas os EUA, terão um preço a pagar", disse Leavitt, em referência às declarações inflamadas de Trump contra o Irã nesta segunda-feira, em meio à tensão com o grupo rebelde no Iêmen.

*Com Globo e EFE.

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