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Israel oficializa saída do Conselho de Direitos Humanos da ONU

Decisão ocorre dias depois dos EUA também se retirar do órgão; anúncio foi feito pelo embaixador israelense na agência internacional

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 6 de fevereiro de 2025 às 14h06.

Última atualização em 6 de fevereiro de 2025 às 14h07.

O governo israelense se retirou oficialmente de todas as atividades relacionadas ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, órgão que acusa de agir de forma tendenciosa e anti-Israel.

"Há uma hora, entreguei ao presidente do Conselho de Direitos Humanos a carta comunicando nossa retirada desse órgão tendencioso, que desde o início esteve ao lado das ditaduras", disse à imprensa Daniel Meron, embaixador de Israel na ONU e em suas agências especializadas em Genebra.

O diplomata apontou como uma das razões para essa decisão o fato de Israel ser o único país com um item permanente na agenda do órgão, relacionado à situação dos direitos humanos dos palestinos nos territórios que ocupa.

Ele argumentou que, desde que o órgão começou a funcionar, em 2006, adotou cem resoluções contra Israel e que suas expectativas de que a Conselho assumiria mudanças nesse sentido não se concretizaram.

O anúncio da retirada de Israel do mais importante órgão intergovernamental de direitos humanos ocorreu um dia depois que os EUA tomaram a mesma medida, pela segunda vez.

Em meados de 2018, durante o primeiro mandato do presidente Donald Trump, os EUA se retiraram do órgão pela primeira vez, após acusá-lo de prejudicar "cronicamente" Israel e aceitar como membros países onde os direitos humanos eram abertamente violados.

Naquela época, Israel decidiu minimizar sua participação na entidade. A retirada dos EUA foi revertida pela gestão de Joe Biden.

Desta vez, Israel reprova o Conselho por não ter chamado claramente o Hamas de terrorista e por não ter aprovado uma resolução contra o grupo islâmico, nem antes, nem depois dos ataques de 7 de outubro de 2023.

Meron garantiu que até que o sistema da ONU realize "reformas profundas e estruturais e acabe com a politização dos direitos humanos", seu país não voltará a fazer parte desse órgão, no qual nos últimos anos só participou como Estado observador, o que lhe permitiu participar de reuniões e tomar a palavra, mas não votar.

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