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Israel pede para que 100 mil palestinos deixem seus lares

O motivo é a possibilidade de novos bombardeios na região

Palestino caminha por casa destruída após bombardeio noturno israelense na cidade de Gaza
 (Mahmud Hams/AFP)

Palestino caminha por casa destruída após bombardeio noturno israelense na cidade de Gaza (Mahmud Hams/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2014 às 08h01.

Jerusalém - O exército de Israel pediu nesta quarta-feira a 100 mil palestinos que vivem no norte da Faixa Gaza e em dois bairros da capital Gaza para que deixem suas casas "por sua própria segurança" diante da possibilidade de novos bombardeios na região.

O aviso foi enviado por mensagens eletrônicas, ligações telefônicas e panfletos em Beit Lahia, no norte do território, e nos bairros de Shayaia e Zeitoun, em Gaza capital.

O ultimato dado pelo exército israelense expirou hoje às 8h locais (3h de Brasília).

Segundo a imprensa local, 80 mil palestinos ignoraram as advertências de Israel e permaneceram em seus lares.

"Para sua própria segurança se solicita que evacue sua residência imediatamente e rume para a cidade de Gaza na manhã desta quarta-feira, 16 de julho de 2014, às 8h", diz um dos panfletos distribuídos pelo exército.

Uma fonte militar disse à Agência Efe que desde a meia-noite o exército atacou 75 alvos em Gaza.

Na noite de sábado passado, milhares de panfletos foram lançados pela aviação israelense para a população do norte do território alertando sobre um bombardeio contra alvos relacionados ao Hamas e ao lançamento de foguetes.

Cerca de 18 mil palestinos abandonaram seus lares em Beit Lahia após os avisos, e quatro mil buscaram asilo em escolas da agência da ONU para os refugiados palestinos, que ficaram lotadas.

Ao contrário de outros conflitos bélicos na região, como na Síria e Iraque, a população civil não envolvida no conflito armado em Gaza não tem a possibilidade de abandonar totalmente as zonas de combate ou ir para lugares seguros e habilitados para deslocados e refugiados.

Isso ocorre pois o enclave tem suas duas únicas saídas ao mundo, por Israel e Egito, bloqueadas e limitadas exclusivamente a casos humanitários.

Apesar de nos últimos dias dezenas de palestinos com dupla nacionalidade terem escapado da Faixa de Gaza, a maior parte da população civil só conseguiu se afastar alguns quilômetros dos pontos dos bombardeios.

Desde que o executivo israelense iniciou em 8 de junho a ofensiva bélica "Limite Protetor", mais de 200 palestinos morreram e 1.500 ficaram feridos.

Além disso, um civil israelense morreu ontem pelo impacto de um foguete quando distribuía comida entre os soldados na passagem fronteiriça de Erez, ao norte de Gaza.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse ontem à noite que o Hamas não "deixou outra opção senão intensificar suas ações" contra o movimento islamita, embora não tenha esclarecido de que forma se ampliará a ofensiva militar em Gaza.

Em nove dias de operações. Israel atacou aproximadamente 1.750 alvos, e desde o meio-dia de ontem, quando retomou os bombardeios após um recesso de seis horas, mais de uma centena de objetivos.

A metade destes alvos, assegura o exército israelense, são plataformas de lançamento de foguetes, enquanto o restante se trata de túneis, armazéns de armas e instalações para sua manufatura, além de complexos militares.

As milícias dispararam mais de 1.260 foguetes de Gaza no transcurso do conflito, 985 dos quais alcançaram o território israelense e 225 foram interceptados pelas baterias do sistema de defesa aéreo "Cúpula de Ferro", quatro deles disparados nesta manhã contra a área metropolitana de Tel Aviv. EFE

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