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Publicado em 23 de junho de 2025 às 08h01.
Israel busca encerrar o conflito atual contra o Irã em breve, segundo autoridades do país disseram, de forma reservada, ao The Wall Street Journal. De acordo com a reportagem, a decisão vem após os ataques dos Estados Unidos a instalações nucleares iranianas, que abriram uma oportunidade para reduzir as tensões e buscar uma saída para o conflito.
Autoridades israelenses teriam dito que a lista de alvos militares em território iraniano deve ser concluída nos próximos dias, o que permitiria encerrar os bombardeios. Ainda assim, destacaram que o cenário continua instável e que o avanço depende diretamente da resposta de Teerã aos ataques dos Estados Unidos, que atingiram instalações nucleares no Irã. Segundo a ONU, o bombardeio pode ter causado danos "muito significativos".
Ainda segundo o WSJ, os EUA informaram a autoridades árabes que Israel deseja encerrar a ofensiva em breve e pediram que esse recado fosse repassado ao Irã. Em resposta, representantes iranianos afirmaram que ainda não estão prontos para recuar, alegando a necessidade de reagir aos ataques americanos.
Entretanto, Teerã ainda não apresentou um plano definitivo sobre a retaliação que, caso seja intensa, poderia ampliar o conflito contra Israel e os EUA, ambos militarmente superiores. Já uma retomada das negociações nucleares exigiria, segundo o jornal, que o Irã aceitasse concessões em relação ao enriquecimento de urânio e ao seu arsenal de mísseis balísticos.
Segundo autoridades israelenses, a expectativa é que o Irã aceite negociar e desista do enriquecimento de urânio. Caso haja tentativa de retomar o programa, Israel já indicou que poderá voltar a agir com sua força aérea.
Em sua primeira manifestação desde os bombardeios dos EUA, o líder supremo Ali Khamenei evitou citar diretamente Washington e mirou Israel em uma publicação na rede X (antigo Twitter).
“Israel cometeu um erro grave e está sendo punido neste momento”, escreveu.
Enquanto isso, líderes europeus pediram moderação ao Irã para evitar uma escalada que possa desestabilizar a região. Já o presidente Donald Trump manteve a pressão e voltou a cobrar que Teerã aceite os termos dos EUA para um acordo de paz. No último domingo, 22, ele também não descartou apoiar uma mudança de regime no país.