A primeira fase do cessar-fogo prevê que todos os 20 reféns vivos voltem para Israel nas próximas 24 horas (Getty Images). (Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 12 de outubro de 2025 às 18h49.
Última atualização em 12 de outubro de 2025 às 19h00.
Israelenses e palestinos aguardam com alívio a troca de todos os reféns vivos que ainda estão detidos na Faixa de Gaza por cerca de 2 mil palestinos presos em Israel. O acordo é o pilar de um novo cessar-fogo que, mediado por Estados Unidos e parceiros árabes, parece se manter desde que entrou em vigor na sexta-feira (10), ao meio-dia.
O governo israelense comunicou que a troca deve começar na manhã desta segunda-feira (13), mas se mantém pronto para iniciá-la antes. O acordo estabelece que Israel liberte os prisioneiros palestinos – muitos com sentenças de prisão perpétua por ataques letais contra israelenses – em paralelo à libertação dos reféns.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, definiu o momento em pronunciamento televisionado: "Este é um evento histórico que mistura tristeza pela libertação de assassinos e alegria pelo retorno de reféns".
A expectativa é que 20 reféns sejam libertados, e os restos mortais de outros 26 que morreram em cativeiro sejam devolvidos, segundo o governo israelense. A condição de outros dois cativos não foi confirmada.
O cessar-fogo alivia a crise humanitária em Gaza e permite a entrada de alimentos, medicamentos e suprimentos. Reportagens mostram dezenas de caminhões cruzando a fronteira do Egito no domingo (12). O acordo prevê que o número de caminhões de ajuda dobre para cerca de 600 por dia. O Programa Alimentar Mundial da ONU planeja aumentar o apoio a padarias na região.
Com o acordo assinado, milhares de residentes palestinos deslocados voltaram para a Cidade de Gaza, no norte do território, nos últimos dias. A guerra já matou mais de 67 mil palestinos, conforme autoridades de saúde locais.
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, embarcou no domingo (12) para uma breve visita a Israel. Ele se reunirá com famílias de reféns e discursará no Knesset, o parlamento israelense.
Em seguida, viajará para Sharm el-Sheikh, no Egito, onde copresidirá uma cúpula com o presidente egípcio, Abdel Fattah el-Sisi, e outros parceiros árabes.
Embora o acordo de cessar-fogo não tenha um plano detalhado de desarmamento do Hamas e governança de Gaza, Trump descreveu a ocasião como "potencialmente um dos grandes dias da civilização".
Netanyahu adotou um tom mais cauteloso, ressaltando que, apesar da vitória e da cessão de reféns entre Palestina e Israel, "a campanha não acabou".
A falta de detalhes sobre o futuro de Gaza e o desarmamento do Hamas – que rejeita tais medidas – permanece uma incógnita. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou que o maior desafio após a libertação dos reféns será a "destruição de todos os túneis de terror do Hamas em Gaza", missão que será executada por forças militares israelenses e um mecanismo internacional a ser estabelecido sob a liderança dos EUA.
As forças israelenses se retiraram da Cidade de Gaza, onde grande parte da infraestrutura militar do Hamas permanece intacta. Analistas sugerem que Israel pode ter menos liberdade para retomar os combates desta vez, devido à pressão dos mediadores internacionais. O conflito começou com o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que matou cerca de 1.200 pessoas em Israel.