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Japão elege Sanae Takaichi como 1ª mulher primeira-ministra na história do país

Conservadora, Takaichi assume governo em meio à crise econômica e desafios nas relações com EUA e China

Sanae Takaichi: primeira mulher primeira-ministra é eleita no Japão  (Tomohiro Ohsumi / Correspondente autônomo/Getty Images)

Sanae Takaichi: primeira mulher primeira-ministra é eleita no Japão (Tomohiro Ohsumi / Correspondente autônomo/Getty Images)

Publicado em 21 de outubro de 2025 às 06h29.

O Japão elegeu a primeira mulher para o cargo de primeira-ministra em sua história nesta terça-feira, 21. Sanae Takaichi, de 64 anos, foi nomeada pelo Parlamento após obter maioria no primeiro turno da votação, tornando-se a nova chefe de governo do país asiático.

Conservadora e conhecida por sua postura firme em temas de segurança e política externa, Takaichi assume após firmar, na véspera, um acordo de coalizão com o Partido da Inovação do Japão (PIJ). A aliança foi necessária após a saída do partido Komeito, que rompeu com o governo por discordâncias ideológicas e denúncias de escândalos de financiamento.

Ela será a quinta pessoa a ocupar o cargo no Japão em apenas cinco anos e inicia seu mandato em meio a forte pressão econômica e queda de popularidade do Partido Liberal Democrático (PLD).

Reformas internas e promessas de representatividade

A nova líder prometeu "reorganizar o Japão para as futuras gerações" e indicou a intenção de formar um gabinete com mais presença feminina — meta que contrasta com os baixos índices de representação política das mulheres no país.

Segundo o Fórum Econômico Mundial, o Japão ocupa a 118ª posição em desigualdade de gênero e apenas 15% da Câmara Baixa é composta por mulheres.

Entre as possíveis nomeações estão Satsuki Katayama para o Ministério das Finanças e Kimi Onoda para a pasta de Segurança Econômica — ambas conservadoras e aliadas do falecido ex-premiê Shinzo Abe, mentor político de Takaichi.

Apesar das promessas de inclusão, Takaichi mantém posições tradicionalistas, como a defesa da obrigatoriedade do sobrenome único para casais e da exclusividade masculina na sucessão imperial.

China, Trump e um cenário internacional delicado

A nova premiê também precisará lidar com uma agenda externa sensível. Ela é vista como linha-dura em relação à China e já declarou que Pequim “menospreza o Japão”. Contudo, recentemente adotou tom mais moderado, evitando visitas simbólicas polêmicas como ao santuário de Yasukuni, que costuma tensionar as relações com países vizinhos.

Takaichi terá um primeiro teste diplomático relevante na próxima semana, com a visita oficial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Apesar de avanços comerciais, Trump pressiona Tóquio a aumentar os investimentos em defesa e cortar laços energéticos com a Rússia.

A nova líder também herda uma economia estagnada, desafios demográficos e uma base parlamentar fragmentada, o que exigirá habilidade política para avançar com sua agenda de reformas.

*Com informações de AFP 

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