As Forças Armadas da Jordânia e dos Emirados Árabes realizaram neste domingo três lançamentos aéreos na Faixa de Gaza com 25 toneladas de ajuda humanitária, em meio a uma crise alimentar provocada pelas restrições à entrada de suprimentos impostas por Israel e pelas quais 133 pessoas morreram de desnutrição desde o início da guerra.

“Os lançamentos aéreos foram realizados com aviões C-130 da Força Aérea Real da Jordânia e da Força Aérea dos Emirados Árabes Unidos, que transportaram 25 toneladas de ajuda alimentar e suprimentos humanitários”, informou a televisão oficial jordaniana "Al Mamlaka" sobre esta operação conjunta com os Emirados Árabes.

A operação abrangeu vários pontos da Faixa de Gaza, em coordenação com diversas instituições, como a Organização Beneficente Hachemita da Jordânia, “com o objetivo de aliviar o sofrimento humanitário e apoiar a população” de Gaza, de acordo com um comunicado da mídia jordaniana.

“Os lançamentos aéreos são uma via adicional através da qual a Jordânia está investindo em diversos meios para entregar ajuda especial rapidamente e em áreas de difícil acesso por terra”, acrescentou a nota.

A Jordânia enfatizou que esses lançamentos aéreos não substituirão a ajuda terrestre à população da Faixa de Gaza, “já que os comboios terrestres são o meio principal, mais eficaz e prioritário para entregar ajuda lá”, apesar do bloqueio israelense que dificulta sua entrada através das passagens fronteiriças terrestres.

Desde o início da guerra, a Jordânia enviou 181 comboios terrestres, compostos por 7.932 caminhões, enquanto o número de lançamentos realizados desde então é de 127, além dos 267 realizados em cooperação com outros países.

Esta operação humanitária ocorre no mesmo dia em que o Ministério da Saúde de Gaza informou a morte de pelo menos seis pessoas, entre elas duas crianças, nas últimas 24 horas no enclave palestino, como consequência da desnutrição causada pelo bloqueio de Israel à entrada de alimentos.

Com essas novas mortes, o número de mortos por desnutrição sobe para 133 desde o início da ofensiva israelense em 7 de outubro de 2023, entre eles 87 menores, de acordo com a mesma fonte.

As mortes por fome dispararam nas últimas semanas em Gaza, após o fechamento quase total dos acessos imposto por Israel em março, que impediu a entrada de alimentos, medicamentos e combustível e agravou drasticamente a crise nutricional no enclave.

Embora Israel tenha reaberto parcialmente as passagens no final de maio para permitir a entrada de ajuda humanitária, o volume continua insuficiente e buscar essa assistência coloca em risco a vida dos habitantes de Gaza.