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Justiça argentina autoriza Kirchner a usar varanda após polêmica por prisão domiciliar

A controvérsia começou quando um tribunal concedeu a Kirchner a prisão domiciliar sem especificar se ela poderia continuar saudando seus apoiadores da varanda

Cristina Kirchner: Procuradoria-Geral de Buenos Aires havia se posicionado contra a presença de Kirchner em seu apartamento, alegando que isso poderia gerar distúrbios na ordem pública e na segurança. (Luis Robayo/AFP)

Cristina Kirchner: Procuradoria-Geral de Buenos Aires havia se posicionado contra a presença de Kirchner em seu apartamento, alegando que isso poderia gerar distúrbios na ordem pública e na segurança. (Luis Robayo/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 19 de junho de 2025 às 20h33.

Cristina Kirchner poderá sair à varanda de seu apartamento enquanto cumpre prisão domiciliar por corrupção, confirmou nesta quinta-feira, 19, o tribunal responsável pela execução da pena, após uma polêmica gerada pelas supostas ambiguidades nas condições de detenção da ex-presidente argentina.

A controvérsia começou na terça-feira, quando um tribunal concedeu a Kirchner a prisão domiciliar sem especificar se ela poderia continuar saudando seus apoiadores da varanda, como tem feito diariamente desde que a Justiça ratificou, na semana passada, sua condenação a seis anos de prisão por corrupção.

Desde então, dezenas e às vezes centenas de apoiadores de Kirchner têm se reunido diante do edifício onde ela vive em Buenos Aires e passam longas horas em sinal de apoio à ex-presidente (2007–2015), de centro-esquerda, com a expectativa de vê-la aparecer na varanda do segundo andar.

Mas o tribunal executor da pena escreveu em sua decisão de terça-feira que Kirchner poderia cumprir a condenação em seu domicílio, desde que se abstivesse de "adotar comportamentos que possam perturbar a tranquilidade da vizinhança".

"Posso ou não posso sair na varanda da minha casa? Parece piada, mas não é", escreveu Kirchner nas redes sociais na quarta-feira, e pediu ao tribunal que esclarecesse "qual comportamento está proibido".

O tribunal respondeu nesta quinta-feira que "não vetou" a Kirchner "o uso e gozo de nenhum espaço específico da arquitetura do imóvel em que reside", segundo a decisão à qual a AFP teve acesso.

A Procuradoria-Geral de Buenos Aires havia se posicionado contra a presença de Kirchner em seu apartamento, alegando que isso poderia gerar distúrbios na ordem pública e na segurança.

Enquanto isso, o juiz também solicitou que "se proceda à instalação de um dispositivo eletrônico de vigilância", conforme outro documento judicial reproduzido pela imprensa local, após dias de críticas de apoiadores de Kirchner que consideraram a medida desnecessária.

O advogado de Kirchner, Carlos Beraldi, adiantou nesta quinta-feira, mais cedo, que irá recorrer da medida.

A condenação, ratificada dias depois de a líder opositora anunciar sua candidatura a deputada provincial, inclui inabilitação política perpétua.

Apesar do esclarecimento do tribunal, o humor popular já se apropriou da polêmica da varanda.

Nos arredores da casa de Kirchner há adesivos com as frases “Sempre varanda, nunca porão", "Sua varanda, nossa alegria" ou "Da praça à varanda, os soldados de Perón".

Na quarta-feira, após Kirchner ironizar com a frase "ainda bem que não tenho vasos de plantas", apoiadores deixaram vasos com plantas em frente à casa com a legenda "para que você saia para regar as vontades".

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