O ex-presidente boliviano Evo Morales (AFP/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 3 de maio de 2025 às 08h11.
A justiça da Bolívia restituiu nesta sexta-feira, 2, o mandado de prisão que pesava contra o ex-presidente Evo Morales por suposta prática de tráfico de pessoas, em um caso relacionado ao abuso de uma menor de idade durante seu mandato. A ordem de captura havia sido anulada por uma juíza durante a semana.
"Não apenas a ordem (permanece em vigor), mas o processo, as acusações, a jurisdição" onde o caso está sendo conduzido e o juiz, disse César Siles, chefe do Ministério da Justiça, em declarações ao canal oficial de TV da Bolívia.
O ministro citou a decisão de um juiz de La Paz, que suspendeu temporariamente a decisão da juíza Lilian Moreno, que havia revogado as acusações e o mandado de prisão contra Morales.
"Como medida de precaução, é ordenada a suspensão temporária da execução de todas as decisões adotadas", indicou a determinação mais recente, citada pela Agência Boliviana de Notícias, estatal.
O Ministério Público ordenou a prisão do líder indígena de 65 anos em outubro, que desde então se refugiou em seu bastião político na região cocaleira do Chapare.
Milhares de apoiadores acampam perto do bunker de Morales na selva boliviana — localizado no departamento de Cochabamba, que produz o equivalente a US$ 110 milhões (R$ 635,8 milhões) por ano em folhas de coca, grande parte desviada para a produção ilegal de cocaína.
De acordo com o Ministério Público, Evo começou um relacionamento com uma jovem de 15 anos em 2015, quando ele era presidente, e os pais dela consentiram a união em troca de benefícios.
O relacionamento resultou no nascimento de uma filha um ano depois. A acusação alega que Morales concedeu benefícios aos pais em troca da filha deles, que fazia parte da "guarda jovem" do partido do ex-presidente. (Com AFP)