(Fabio Frustaci / EFE)
Agência de Notícias
Publicado em 18 de maio de 2025 às 08h20.
Última atualização em 18 de maio de 2025 às 08h38.
O papa Leão XIV defendeu neste domingo a necessidade de uma Igreja unida contra o ódio do mundo moderno e um modelo econômico que "marginaliza" os pobres e "explora" a Terra, durante sua homilia na missa de início de seu pontificado.
“Irmãos e irmãs, gostaria que este fosse o nosso primeiro grande desejo: uma Igreja unida, sinal de unidade e comunhão, que se torne fermento para um mundo reconciliado”, proclamou.
Diante de mais de 150 delegações de países do mundo todo e de outras religiões, além de milhares de fiéis na Praça de São Pedro, Leão XIV propôs que a Igreja estendesse a mão a um mundo marcado por conflitos e violência.
"Em nosso tempo, ainda vemos muita discórdia, muitas feridas causadas pelo ódio, pela violência, pelos preconceitos, pelo medo do diferente e por um paradigma econômico que explora os recursos da Terra e marginaliza os mais pobres", lamentou.
"Queremos ser, dentro desta massa, um pequeno fermento de unidade, comunhão e fraternidade. Queremos dizer ao mundo, com humildade e alegria: Olhem para Cristo! Aproximem-se dele! Acolham a sua Palavra que ilumina e consola", acrescentou.
O novo pontífice, eleito em 8 de maio após o conclave, inaugurou seu ministério petrino com esta missa, durante a qual recebeu o pálio e o Anel do Pescador, símbolos do poder papal.
Em sua homilia, o novo pontífice também pediu que a Igreja supere suas divisões e construa pontes com outras religiões e ramos do cristianismo, servindo como um refúgio de "comunhão e fraternidade".
Além disso, Leão XIV destacou que o papa não pode ser "um líder solitário ou um chefe acima dos outros" porque "Deus quer todos unidos em uma única família".
"Pedro deve pastorear o rebanho sem jamais ceder à tentação de ser um líder solitário ou um chefe que domina os outros, tornando-se dono das pessoas que lhe foram confiadas. Pelo contrário, ele é chamado a servir a fé de seus irmãos e irmãs, caminhando lado a lado com eles", disse o pontífice americano em sua homilia.
Leão XIV também lembrou a morte de Francisco, que deixou profunda tristeza e recebeu muitos aplausos dos fiéis.
Em seguida, comentou que os cardeais chegaram ao conclave "com histórias pessoais e caminhos diferentes" e que expressaram o desejo de "eleger um pastor capaz de salvaguardar a rica herança da fé cristã e, ao mesmo tempo, de olhar além, para saber enfrentar as questões, as preocupações e os desafios de hoje".
"Fui eleito sem nenhum mérito e, com medo e trepidação, venho a vocês como um irmão que quer se tornar servo de sua fé e de sua alegria, caminhando com vocês no caminho do amor de Deus, que nos quer todos unidos em uma única família", confessou.
Por fim, citando Santo Agostinho, destacou que "todos aqueles que vivem em harmonia com seus irmãos e irmãs e amam seus semelhantes são aqueles que compõem a Igreja", razão pela qual um de seus primeiros "grandes desejos" é justamente "uma Igreja unida".