Líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, durante audiência em Teerã (AFP)
Agência de notícias
Publicado em 26 de junho de 2025 às 09h01.
Em sua primeira manifestação desde o cessar-fogo entre Israel e Irã, o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, reivindicou a vitória no conflito de 12 dias entre duas das principais forças bélicas do Oriente Médio, afirmando que a República Islâmica "praticamente nocauteou" o Estado judeu durante os combates, e deu "um duro tapa na cara" do regime americano.
A proclamação da vitória veio em uma série de publicações nas redes sociais nesta quinta-feira, pouco antes de um pronunciamento ao vivo em rede nacional.
"Ofereço os meus parabéns pela vitória sobre o falacioso regime sionista. Com toda essa comoção e reivindicações, o regime sionista foi praticamente nocauteado e esmagado pelos golpes da República Islâmica", escreveu Khamenei nas publicações em sua conta oficial no X.
"Meus parabéns pela vitória do nosso querido Irã sobre o regime americano. O regime americano entrou na guerra diretamente porque sentia que, se não o fizesse, o regime sionista seria completamente destruído. Entrou na guerra na tentativa de salvar o regime, mas não conseguiu nada".
A manifestação oficial do aiatolá vem após um período de quase uma semana sem ser visto ou ouvido pelo público, apesar da profunda crise enfrentada pelo país.
Enquanto a nação persa era bombardeada por Israel e mesmo pelos EUA, Khamenei — que, segundo autoridades, tem se abrigado em um bunker e se abstido de comunicação eletrônica para evitar tentativas de assassinato contra ele — permaneceu ausente, sem fazer declarações públicas ou mensagens gravadas. Sua ausência surpreendeu e incomodou a todos, desde membros da política até o povo na rua.
A guerra entre Irã e Israel deixou ao menos 610 mortos do lado iraniano — a ONG Human Rights Activists fala em 1.054 mortes — e mais de 4 mil feridos, enquanto Israel registrou 23 mortos e 3.238 hospitalizações decorrentes de ataques. O regime iraniano também sofreu duros golpes contra seu programa nuclear e instalações militares, com bases destruídas e cerca de 30 comandantes militares e cientistas nucleares mortos.