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Líderes europeus defendem sanções contra a Rússia e apoio contínuo à Ucrânia após reunião em Paris

Em reunião em Paris, líderes europeus defendem continuidade das sanções à Rússia e envio de apoio militar à Ucrânia, após crescente pressão para aumentar defesa

Agência o Globo
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Publicado em 27 de março de 2025 às 11h26.

Líderes europeus e representantes de 30 países, incluindo a União Europeia, se reuniram nesta quinta-feira em Paris para discutir uma estratégia coletiva de defesa frente às mudanças no cenário do Leste Europeu, com foco nas negociações em curso entre Rússia e Ucrânia, mediadas pelos Estados Unidos. Ao final do encontro, os chefes de governo defenderam a continuidade das sanções contra a Rússia e o fornecimento contínuo de ajuda à Ucrânia, inclusive militar, contrariando a proposta de trégua feita pelo Kremlin para o Mar Negro. O encontro reflete o crescente esforço da Europa para se inserir nas decisões sobre o conflito, enquanto o grupo tenta recuperar influência após a aproximação entre os EUA e Moscou.

Keir Starmer, primeiro-ministro do Reino Unido, afirmou ao deixar o Palácio de Eliseu que havia "absoluta clareza" de que a Rússia está tentando atrasar o processo de paz e que, por isso, não era o momento de levantar as sanções. "O que discutimos é como aumentar a pressão sobre a Rússia, incluindo o aumento das sanções", disse Starmer, acompanhado pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Em coletiva de imprensa, o presidente francês Emmanuel Macron reiterou que os líderes europeus estavam unidos em relação à continuidade da ajuda militar à Ucrânia. O chanceler alemão Olaf Scholz e outros líderes também manifestaram apoio à não retirada das sanções. No entanto, a presença de Zelensky no evento não garantiu uma solução para o envio de tropas da Europa a Kiev, proposta que ainda não reúne consenso dentro da União Europeia.

Proposta de envio de tropas e desafios geopolíticos

O encontro em Paris visou também discutir a proposta de enviar tropas para Kiev, uma iniciativa da França e do Reino Unido. Embora ainda não tenha o apoio da maioria dos aliados, o plano, conhecido como "coalizão dos dispostos", propõe a presença de forças europeias na Ucrânia para conter a pressão de Moscou. No entanto, a Rússia já alertou que qualquer movimentação de tropas europeias seria considerada uma ação agressiva direta.
O presidente ucraniano, Zelensky, afirmou antes da reunião que a Europa precisa "provar" que é capaz de se defender, embora um negociador ucraniano tenha deixado claro que a simples presença de tropas europeias não seria suficiente se não estivessem preparadas para combater. Mesmo com o apoio das potências nucleares da Europa, outros países da região ainda não se comprometeram com a proposta.

Futuro da negociação e incertezas

Apesar das divergências internas e da oposição russa, analistas destacam que o encontro em Paris representa uma tentativa importante de os europeus criarem uma resposta mais coesa ao conflito. Macron, após uma reunião bilateral com Zelensky, afirmou: "Estamos e permaneceremos resolutamente ao lado da Ucrânia. O futuro do continente europeu e nossa segurança estão em jogo."
Ainda não está claro qual papel os Estados Unidos desempenharão em relação à proposta europeia de enviar tropas. A ideia foi criticada por Steve Witkoff, enviado dos EUA ao Oriente Médio, que a classificou como "simplista". O governo dos EUA já demonstrou que está disposto a negociar diretamente com a Rússia, o que enfraqueceu a posição da Europa nas discussões.

Avanços e desafios nas negociações

O último avanço nas negociações foi um compromisso, ainda frágil, de trégua entre a Rússia e a Ucrânia, com foco em evitar ataques a instalações de energia e embarcações no Mar Negro. No entanto, ambos os lados trocaram acusações sobre descumprimentos do acordo. Fontes do governo ucraniano afirmaram que os dois lados respeitaram a trégua nas instalações energéticas desde 25 de março, mas Moscou contestou a narrativa, acusando Kiev de atacar instalações energéticas russas nas últimas semanas.

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