Lula na IV Cúpula Celac-UE: presidente criticou intervenções ilegais e defendeu a América Latina como região de paz. ( LUIS ACOSTA/AFP )
Repórter
Publicado em 10 de novembro de 2025 às 07h45.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), voltou a criticar ações militares norte-americanas no Caribe durante discurso na IV Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia (UE), realizada em Santa Marta, na Colômbia.
"A ameaça do uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano na América Latina e no Caribe. Velhas manobras retóricas são recicladas para justificar intervenções ilegais", afirmou o presidente.
Segundo o Itamaraty, Lula participou da cúpula “em solidariedade regional com a Venezuela”. O presidente já havia dito, na semana passada, que o encontro “só faz sentido” se servisse para discutir a presença militar americana nas águas do Caribe.
Segundo a EFE, Lula falou sobre sua oposição à mobilização militar dos Estados Unidos em áreas próximas às águas territoriais da Venezuela e aos ataques a embarcações no Caribe e no Pacífico.
“Somos uma região de paz e queremos permanecer em paz. Democracias não combatem o crime violando o direito internacional”, declarou.
Durante o discurso, o presidente também falou sobre o avanço do crime organizado e a necessidade de cooperação internacional para enfrentá-lo.
“A segurança é um dever do Estado e um direito humano fundamental. Não existe solução mágica para acabar com a criminalidade. É necessário reprimir o crime organizado, estrangular seu financiamento e eliminar o tráfico de armas”, afirmou.
Lula disse ainda que nenhum país pode enfrentar o problema isoladamente e defendeu ações coordenadas, troca de informações e operações conjuntas.
Segundo o presidente, o Brasil renovou o Comando Tripartite da Tríplice Fronteira, em cooperação com Argentina e Paraguai, e criou o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia, em Manaus, que articula ações de nove países da região.