Agência de notícias
Publicado em 13 de outubro de 2025 às 08h15.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa nesta segunda-feira do Fórum Mundial da Alimentação. Segundo auxiliares, Lula levará uma mensagem centrada na diminuição das desigualdades e no fortalecimento da cooperação internacional para a redução da fome.
À margem do evento, o presidente poderá se reunir com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, embora o encontro ainda não tenha sido confirmado oficialmente.
Lula pretende aproveitar a ocasião para convidar os líderes presentes a participarem da COP30, que será realizada em novembro, em Belém (PA).
Além de defender mais recursos para financiar medidas de combate ao aquecimento global, o governo brasileiro espera que os países revisem e melhorem suas metas de redução de emissões (NDCs), para que sejam mais ambiciosas e coerentes com o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais.
Promovido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que completa 80 anos, o evento reúne líderes políticos, especialistas e representantes de organismos internacionais em um momento em que a fome e a insegurança alimentar voltam a crescer em várias regiões do mundo, impulsionadas por conflitos armados e pelos efeitos das mudanças climáticas. O fórum se estende por toda a semana, mas Lula permanecerá em Roma apenas no primeiro dia.
A presença de Lula é considerada estratégica por seus assessores. Além de associar sua imagem à recente saída do Brasil do Mapa da Fome, o presidente busca reafirmar o protagonismo do país nas discussões sobre segurança alimentar e fortalecer seu papel como voz de articulação do Sul Global.
Ainda nesta segunda-feira, Lula participará de uma reunião de líderes da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa lançada pelo Brasil no fim de 2024, durante a cúpula do G20, no Rio de Janeiro.
O contexto internacional confere especial relevância às discussões do encontro. A guerra na Ucrânia e a crise humanitária em Gaza afetam diretamente a oferta global de alimentos e devem dominar parte dos debates entre os participantes.
Os dados que retiraram o Brasil do Mapa da Fome constam do relatório O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025 (Sofi, na sigla em inglês), divulgado recentemente. O documento analisa a média trienal de 2022, 2023 e 2024.
Para que um país saia do mapa, é necessário que, no período de três anos, apresente média inferior a 2,5% da população em situação de subnutrição ou sem acesso regular a alimentos suficientes. De acordo com o levantamento, o Brasil reduziu o percentual de pessoas em insegurança alimentar para abaixo do limite técnico que caracteriza a fome estrutural.