Mundo

Macron "exagerou no champanhe" ao falar de populismo, diz Salvini

O polêmico ministro italiano da extrema-direita, Matteo Salvini, afirmou que a Itália "não aceita lições dos franceses" sobre imigração

Macron recentemente falou sobre a "hanseníase" que representava o aumento do populismo na União Europeia (Stephane Mahe/Reuters)

Macron recentemente falou sobre a "hanseníase" que representava o aumento do populismo na União Europeia (Stephane Mahe/Reuters)

E

EFE

Publicado em 22 de junho de 2018 às 15h28.

Roma - O ministro de Interior da Itália e líder do partido de extrema-direita Liga (antiga Liga Norte), Matteo Salvini, disse nesta sexta-feira que o presidente francês, Emmanuel Macron, agiu como "um mauricinho educado que exagerou no champanhe" ao criticar o populismo na Europa.

"Macron não está mostrando grande simpatia nestes dias. Disse que quem não acolhe os imigrantes em seus portos é um populista leproso", disse Salvini em um evento eleitoral em Massa, no centro do país, depois que vários de seus correligionários lhe pediram que falasse sobre a França.

Salvini tachou o líder francês como "um mauricinho educado que provavelmente exagerou no champanhe" e advertiu que o governo italiano, do qual também é vice-presidente, "não aceita lições dos franceses".

Com esse discurso, o dirigente de extrema-direita se referiu às palavras do presidente francês, que recentemente alertou sobre a "hanseníase" que representava o aumento do populismo no seio da União Europeia, mas sem citar qualquer governo ou país concretamente.

Salvini afirmou que a França "mobiliza a polícia" na fronteira com a Itália, em frente à cidade de Ventimiglia, para impedir o acesso ao país dos imigrantes que vêm do território italiano.

Macron "tem todo o direito de fazê-lo, mas deveria pelo menos não incomodar (...). Se quer começar a ser generoso, que dê o número de sua Capitania dos Portos e as próximas dez embarcações (com imigrantes) mandamos para Marselha", declarou Salvini, provocando o aplauso e os risos de seus simpatizantes.

O também vice-presidente e líder do antissistema Movimento Cinco Estrelas (M5S), Luigi di Maio, qualificou na quinta-feira as palavras do presidente francês de "ofensivas e fora de lugar".

O novo governo da Itália manteve alguns desencontros com a França de Macron pelo tema da imigração, depois que este tachou de "cínica" a política de Roma ao impedir o desembarque de 630 imigrantes resgatados pelo navio Aquarius, que é operado pelas ONGs francesas SOS Méditerranée e Médicos Sem Fronteiras (MSF) que, por fim, foram recebidos pela Espanha.

Acompanhe tudo sobre:Emmanuel MacronFrançaItáliaPolíticos

Mais de Mundo

Economia dos EUA dá sinais de desaceleração antes do impacto das tarifas de Trump

Macron condena racismo após assassinato em mesquita no sul da França

Forças da Índia e do Paquistão trocam tiros na Caxemira

Quando começa o Conclave? Veja o que se sabe sobre a eleição do novo papa