O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convidou neste domingo os cidadãos a votarem em suas autoridades municipais, entre elas 335 prefeitos em todo o país, em eleições rejeitadas pelo maior grupo da oposição.

“O chamado é para votar! Hoje, 27 de julho, o povo exerce sua democracia direta e protagonista, elegendo as autoridades das prefeituras e dos conselhos municipais, e simultaneamente será realizada a Consulta Popular Nacional da Juventude. É um dia de festa e de paz!”, publicou o governante em sua conta no Telegram.

Os centros eleitorais começaram a abrir suas portas às 6h (horário local) para uma jornada que deve terminar às 18h (19h em Brasília) ou até que não haja mais eleitores nos locais de votação, conforme antecipado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

No total, neste domingo serão eleitos 2.806 cargos — 335 prefeitos e 2.471 vereadores — e, por meio de uma consulta popular promovida pelo chavismo, serão selecionados 5.336 projetos comunitários impulsionados por jovens que serão financiados pelo governo.

As eleições deste domingo são realizadas um dia antes do primeiro aniversário da controversa segunda reeleição de Maduro, que foi proclamada pelo CNE, controlado por funcionários ligados ao chavismo.

Esse resultado é considerado “fraudulento” por vários países ocidentais e pela oposicionista Plataforma Unitária Democrática (PUD), que reivindica a vitória de Edmundo González Urrutia, no exílio há mais de dez meses.

A líder oposicionista María Corina Machado afirmou no sábado que o chavismo ficará sozinho nas eleições municipais deste domingo, como já aconteceu, segundo ela, nas eleições presidenciais de 28 de julho de 2024 e nas regionais do último dia 25 de maio.

No entanto, um pequeno setor da oposição, liderado por prefeitos que buscam a reeleição, decidiu se candidatar a este processo, depois de conseguir em maio vários assentos na Assembleia Nacional (AN, Parlamento).

Há um mês, o CNE proclamou o partido governista vencedor em 23 dos 24 governos estaduais, incluindo Guiana Essequiba, em referência ao território de quase 160 mil quilômetros quadrados que Caracas considera seu 24º estado, apesar de ser administrado pela Guiana. Além disso, conquistou 253 das 285 cadeiras da Assembleia Nacional.