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Memorando entre Rússia e Ucrânia deve incluir princípios e prazos para um acordo de paz, diz Putin

Putin conversou com Trump por telefone hoje, ligação que acabou por volta das 14h, segundo agências internacionais

Montagem mostra os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin (AFP/AFP)

Montagem mostra os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin (AFP/AFP)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 19 de maio de 2025 às 14h22.

Última atualização em 19 de maio de 2025 às 14h37.

O presidente russo, Vladimir Putin, explicou nesta segunda-feira, 19, que o memorando que a Rússia está disposta a chegar a negociar com a Ucrânia deve incluir os princípios do acordo e os prazos para a assinatura de um possível tratado de paz.

“A chave está em que as partes russa e ucraniana mostrem o maior desejo de alcançar a paz e encontrem compromissos que satisfaçam ambos os lados”, disse Putin à imprensa após a conversa telefônica realizada hoje com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, segundo informaram as agências locais.

Putin conversou com Trump por telefone hoje, ligação que acabou por volta das 14h, segundo agências internacionais.

“Caminho certo”

O presidente russo também afirmou que a retomada das negociações com a Ucrânia na última sexta-feira em Istambul, após três anos de pausa, demonstra que "estamos no caminho certo".

"Os contatos entre os participantes das negociações em Istambul foram retomados, e isso nos permite supor que, em termos gerais, estamos no caminho certo", disse.

Mais cedo, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, informou que o objetivo do telefonema era "ver esse conflito chegar ao fim" e que Trump estava "cansado e frustrado com ambos os lados".

A Rússia, por sua vez, havia dito que esta conversa entre os líderes era "importante", pois prefere encerrar o conflito por meios diplomáticos, apesar de ter lançado um ataque à Ucrânia no fim de semana — descrito por Moscou como "recorde".

"É preferível atingir nossos objetivos por meios políticos e diplomáticos, é claro", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à mídia estatal. Moscou "aprecia muito" as tentativas de Washington de acabar com os conflitos, acrescentou.

Delegações da Rússia e da Ucrânia se reuniram na semana passada na Turquia pela primeira vez em cerca de três anos. As negociações terminaram sem um acordo de cessar-fogo e com Kiev acusando Moscou de enviar uma delegação de "fantoches" sem poder de decisão.

Rússia e Ucrânia concordaram na Turquia em trocar mil prisioneiros de cada lado. Após esta reunião, Trump anunciou sua intenção de conversar com Putin para pôr fim ao "banho de sangue" na Ucrânia, onde há milhões de deslocados.

LEIA MAIS: 'Palhaço', 'farsa' e 'patético': negociações de paz entre Rússia e Ucrânia viram troca de insultos

O republicano também anunciou que falaria com seu colega ucraniano, Volodimir Zelensky, e com autoridades da Otan para alcançar "um cessar-fogo" e "o fim desta guerra tão violenta".

Zelensky pediu novamente nesta segunda-feira um "cessar-fogo total e incondicional".

Sanções e Europa

A Ucrânia e seus aliados europeus acusam Putin de ignorar os pedidos de cessar-fogo e pressionam por novas sanções contra a Rússia. Os líderes do Reino Unido, França, Alemanha e Itália conversaram por telefone com Trump no domingo.

"Os líderes discutiram a necessidade de um cessar-fogo incondicional e de o presidente Putin levar as negociações de paz a sério", disse um porta-voz do primeiro-ministro britânico Keir Starmer.

"Também discutiram o uso de sanções caso a Rússia não se comprometa seriamente com um cessar-fogo e negociações de paz", disse o porta-voz.

"Putin deve aceitar um cessar-fogo e negociações de paz", escreveu o chanceler alemão Friedrich Merz no X.

Zelensky discutiu a questão das sanções com o vice-presidente americano, J.D. Vance, quando se encontraram no domingo, após a missa inaugural do papa Leão XIV no Vaticano.

Com informações da EFE.

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