Miguel Uribe: senador e pré-candidato à presidencia da Colômbia estava internado desde junho. (Sebastian Barros/NurPhoto/Getty Images)
Freelancer
Publicado em 11 de agosto de 2025 às 07h38.
Última atualização em 11 de agosto de 2025 às 08h31.
O senador e pré-candidato à presidência da Colômbia, Miguel Uribe, de 39 anos, morreu nesta segunda-feira, 11, após quase dois meses internado em decorrência do atentado sofrido em junho, durante um evento de campanha em Bogotá. Uribe foi baleado na cabeça no dia 7 de junho e passou por múltiplas cirurgias, mas não resistiu aos ferimentos.
A informação foi confirmada pela esposa do político, Maria Claudia Tarazona, em uma publicação em seu perfil no Instagram.
"Você sempre será o amor da minha vida. Obrigada por uma vida cheia de amor, obrigada por ser um pai para as meninas, o melhor pai para Alejandro. Peço a Deus que me mostre o caminho para aprender a viver sem você Nosso amor transcende este plano físico. Espere por mim, que, quando eu cumprir minha promessa com nossos filhos, irei te buscar e teremos nossa segunda chance. Descanse em paz, amor da minha vida. Eu cuidarei dos nossos filhos", escreveu.
Uribe e Tarazona estavam juntos há 14 anos. O senador um filho, Alejandro, de quatro anos. Desde o atentado, Uribe estava internado na Fundação Santa Fé de Bogotá, mas não resistiu aos ferimentos.
O pré-candidato à presidência era de uma das famílias mais tradicionais da política colombiana e se formou em Direito pela Universidade de Los Andes. Ele era mestre em Políticas Públicas pela mesma instituição e em Administração Pública pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
No sábado, 7 de junho, Miguel Uribe foi atingido por disparos durante um ato de campanha em Bogotá. O senador conversava com eleitores quando um homem disparou duas vezes contra sua cabeça e uma contra o joelho. Um dos quatro seguranças que o acompanhava conseguiu deter o agressor. Segundo as autoridades, o ataque foi cometido por um adolescente de 15 anos, apreendido no local com uma arma de fogo.
Uribe foi transportado de helicóptero em estado crítico para a Fundação Santa Fé, na capital colombiana, onde passou por um procedimento neurocirúrgico e uma intervenção vascular periférica.
De acordo com o prefeito de Bogotá, Carlos Fernando Galán, a vítima do atentado evoluiu bem após a cirurgia, mas alertou que o parlamentar havia entrado nas horas mais críticas do período de recuperação.
Desde então, sua esposa publicava atualizações sobre seu estado de saúde e pedia orações para sua melhora. No Dia dos Pais do país, em 15 de junho, Tarazona lamentou a distância e a situação em que a família se encontrava.
"Meu amor, neste dia busco a força necessária para manter de pé nossas meninas e nosso filho, e poder ampará-los como precisam", confessou.
"Você é um pai amoroso, dedicado, terno, um guia e um grande exemplo para eles. Sua maior virtude — que conhecemos nós, que tivemos a bênção de conhecer a profundidade da sua alma — é a generosidade, refletida em cada ato de amor seu. Generoso para amar, para dar, para oferecer sorrisos e abraços, generoso com seu tempo, generoso para ser paciente e, sobretudo, generoso para perdoar".
A Defensoria do Povo emitiu um longo comunicado condenando o ataque ao senador e enfatizando que "eventos como este constituem uma grave ameaça aos direitos políticos, à liberdade de expressão e à própria vida, pilares essenciais de qualquer sociedade democrática".
"A violência jamais poderá ser o caminho a seguir. Condeno veementemente o ataque contra Miguel Uribe", criticou a ministra das Relações Exteriores, Laura Sarabia. "Embora as diferenças políticas nos separem, a vida deve sempre prevalecer acima de tudo", escreveu a senadora Sandra Ramirez, do partido de esquerda Comunes.
Da direita, houve solidariedade imediata ao senador e pré-candidato. "Rejeito veementemente este ato criminoso. Estamos muito atentos à sua situação. Rogamos a Deus por sua recuperação", escreveu a senadora María Fernanda Cabal, pré-candidata do mesmo partido.