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Milei diz que 'o pior já passou' e anuncia aumento de gastos sociais em 2026

Presidente argentino anunciou aumento de gastos com aposentadorias, saúde e educação após derrota nas eleições legislativas de Buenos Aires

Javier Milei: presidente argentino afirma que “o pior já passou” e apresenta orçamento com aumento de gastos sociais para 2026. (Juan Mabromata/AFP)

Javier Milei: presidente argentino afirma que “o pior já passou” e apresenta orçamento com aumento de gastos sociais para 2026. (Juan Mabromata/AFP)

Publicado em 16 de setembro de 2025 às 07h39.

Última atualização em 16 de setembro de 2025 às 07h42.

O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou nesta segunda-feira, 15, que “o pior já passou” na crise econômica enfrentada pelo país. 

Em um discurso transmitido em rede nacional, Milei apresentou ao Congresso o projeto de orçamento de 2026 e prometeu aumentar os gastos com aposentadorias, saúde, educação e pensões por deficiênciasetores impactados pelo ajuste fiscal implementado desde o início de seu mandato.

De acordo com Milei, as aposentadorias e os benefícios por deficiência terão alta de 5% acima da inflação. Já a saúde receberá um reforço de 17% e a educação, de 8%. 

“Desta vez, o esforço que todos os argentinos estão fazendo vale a pena”, afirmou o presidente. Ele ressaltou que o equilíbrio fiscal continuará sendo um “princípio inegociável” e a “pedra angular” de seu governo.

Milei tem dificuldades em aprovar contas no Congresso

O ajuste promovido por Milei, que ele descreve como “o maior da história da humanidade”, levou o país a registrar o primeiro equilíbrio fiscal em 14 anos e a reduzir a inflação.

Entretanto, a estratégia afetou diretamente áreas como ciência, cultura, obras públicas e programas sociais, que sofreram cortes expressivos.

A proposta orçamentária para 2026 prevê crescimento de 5% do PIB, inflação anual de 10,1%, superávit de 1,4% do PIB e dólar médio de 1.423 pesos, abaixo da cotação atual. 

O governo de Milei enfrenta dificuldades para aprovar suas contas no Congresso, onde já precisou operar com orçamento prorrogado de 2023, valor desatualizado considerando a inflação superior a 117% no último ano.

Recentemente, o partido do presidente 'A Liberdade Avança' perdeu por quase 14 pontos para o peronismo nas eleições legislativas da província de Buenos Aires. A derrota derrubou ações argentinas em Wall Street e na Bolsa de Buenos Aires, além de também pressionar o câmbio.

Reações e críticas

O economista Juan Luis Bour, diretor da Fundação de Pesquisas Econômicas Latino-americanas (Fiel), afirmou que os aumentos são “desafiados” pela necessidade de manter o equilíbrio fiscal. “Se não houver recursos suficientes, será preciso cortar em outras áreas”, disse à AFP.

Na oposição, o governador de Buenos Aires, Axel Kicillof, ironizou o discurso. Para ele, a frase de Milei de que “o pior já passou” é parte de um repertório conhecido da direita argentina.

“O problema é que ele vendeu ilusões na campanha, prometeu um ajuste só para a casta, mas acabou atingindo aposentados e setores vulneráveis”, afirmou ao canal LN+.

*Com informações da AFP

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