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Milei diz que pode lançar bônus para pagar dívida em caso da YPF em NY

País perdeu uma disputa na Justiça americana relacionada à estatização da petroleira e, por decisão, deve pagar US$ 16,1 bilhões

Javier Milei, presidente eleito da Argentina (Anita Pouchard Serra/Bloomberg/Getty Images)

Javier Milei, presidente eleito da Argentina (Anita Pouchard Serra/Bloomberg/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 27 de dezembro de 2023 às 12h57.

Última atualização em 27 de dezembro de 2023 às 13h09.

O presidente da Argentina, Javier Milei, disse que "uma das ideias" com as quais seu governo trabalha é emitir um bônus perpétuo para ir saltando uma dívida derivada de um processo judicial nos Estados Unidos.

O país perdeu uma disputa na Justiça americana relacionada à estatização da petroleira YPF, e a decisão de um tribunal de Nova York é que a Argentina comece a pagar a partir de janeiro US$ 16,1 bilhões, diante de uma demanda realizada pelo fundo Burford Capital.

Em entrevista ao canal La Nación+, Milei afirmou que "não temos o dinheiro, mas temos a vontade de pagar".

Ele ainda ironizou ao dizer que o bônus poderia ser batizado de "taxa Kicillof", em referência a Axel Kicillof, peronista que foi ferrenho defensor da estatização sem pagar indenização à espanhola Repsol, em 2012. Kicillof foi ainda um dos interventores da empresa estatizada, antes de ocupar o comando do Ministério da Economia, sob Cristina Kirchner, e atualmente é governador da província de Buenos Aires.

O atual presidente disse que "a perspectiva ideológica" de Kicillof "prejudicou todos os argentinos" e agora será preciso "pagar o erro de um amador".

O governo anterior, de Alberto Fernández, denunciava o processo nos EUA e dizia que ele era politicamente motivado e que poderia recorrer à Suprema Corte americana.

Já o atual governo mudou a conduta no caso. Na última sexta-feira, Manuel Adorni, porta-voz da Presidência, havia afirmado que a Argentina cumprirá os compromissos e respeitará "sempre seus contratos".

Em entrevista coletiva, Adorni comentou que a atual administração avaliava os caminhos possíveis no caso.

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