Mundo

Milei renova acordo de troca de moedas com a China antes da visita de secretário do Tesouro dos EUA

Acerto envolve prorrogação de US$ 5 bilhões em trocas por 12 meses. Scott Bessent chega a Buenos Aires na segunda-feira e, nesta sexta-feira, FMI vota socorro à Argentina

Renovação do swap cambial: Argentina fortalece vínculo com a China antes da visita de oficial dos EUA. (HANDOUT/Argentinian Presidency/AFP)

Renovação do swap cambial: Argentina fortalece vínculo com a China antes da visita de oficial dos EUA. (HANDOUT/Argentinian Presidency/AFP)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 10 de abril de 2025 às 16h55.

Tudo sobreArgentina
Saiba mais

A Argentina renovou uma parcela de sua linha de swap cambial com a China, avaliada em US$ 18 bilhões (cerca de R$ 106 bilhões), poucos dias antes da visita do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, ao país sul-americano. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, pelo Banco Central da Argentina.

O swap cambial é um tipo de acordo entre dois bancos centrais, ou entre um banco central e outra instituição, com objetivo de trocar moedas diferentes por um determinado período. Segundo o comunicado argentino, o montante renovado será de US$ 5 bilhões (R$ 29 bilhões), que será prorrogado por mais 12 meses. Em 2023, o governo anterior, de Alberto Fernández, utilizou parte desse mecanismo para pagar dívidas e importações em meio à crise econômica. Para sair do papel, o acordo terá de obter o aval do Banco Popular da China.

Contexto geopolítico e estratégico

O momento da renovação é estratégico. A América Latina, e em especial a Argentina, tornou-se um ponto de disputa por influência entre Washington e Pequim.

Antes da chegada de Bessent a Buenos Aires na próxima segunda-feira, o conselho executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) votará na sexta-feira um novo programa de crédito de US$ 20 bilhões (R$ 118 bilhões) para o país.

Para especialistas, o movimento pode ser visto como um sinal de apoio do governo de Donald Trump, já que os EUA são o maior acionista do Fundo.

Tensões entre EUA e China

A linha de swap também é alvo de tensão entre os Estados Unidos e a China. Mauricio Claver-Carone, enviado especial da Casa Branca para a América Latina, classificou o mecanismo como uma forma de “empréstimo” e defendeu seu fim.

Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores da China pediu aos EUA que “corrijam sua visão” e contribuam de maneira mais concreta para o desenvolvimento da região.

Desafios para Javier Milei

Agora, o presidente Javier Milei, abertamente pró-EUA, se encontra diante de um dilema. Durante a sua campanha eleitoral, fez duras críticas ao governo chinês, mas desde que assumiu o cargo, tem suavizado seu discurso e passou a considerar o país asiático um parceiro comercial estratégico.

Vale destacar que o acordo de swap, criado em 2009, permite que o Banco Popular da China mantenha uma conta em yuans no Banco Central argentino, enquanto a autoridade argentina possui uma conta em pesos na China.

Acompanhe tudo sobre:ArgentinaJavier MileiChinaEstados Unidos (EUA)Donald Trump

Mais de Mundo

EUA diz que tarifas sobre semicondutores provavelmente começarão 'em um mês ou dois'

China pede aos EUA que 'eliminem completamente' as tarifas recíprocas

Papa Francisco aparece de surpresa na missa do Domingo de Ramos

Ataque da Rússia com mísseis deixa ao menos 30 mortos na Ucrânia