Argentina's President Javier Milei attends a ceremony to commemorate the 43rd anniversary of the war between Argentina and the United Kingdom over the Falkland Islands (called Las Malvinas by Argentina) at the 'Cenotaph to the Fallen of the Malvinas War' in Buenos Aires on April 2, 2025. (Photo by Luis ROBAYO / AFP) (Luis ROBAYO / AFP)
Agência de notícias
Publicado em 5 de maio de 2025 às 20h21.
O governo do presidente Javier Milei e seus aliados no Parlamento da Argentina tentarão chegar a um consenso em comissões na terça-feira para avançar com uma reforma do Regime Penal Juvenil que, entre outras modificações, inclui a redução da maioridade penal de 16 para 14 anos e o estabelecimento de um sistema abrangente para lidar com crimes cometidos por adolescentes.
As comissões de Legislação Penal, Família e Juventude, Orçamento e Justiça da Câmara dos Deputados abordarão 14 projetos apresentados por diferentes forças políticas, a maioria ligada ao governo de Milei, com o objetivo de substituir uma lei em vigor desde 1980, em plena ditadura militar argentina (1976-1983).
Embora a proposta de reduzir a maioridade penal tenha gerado resistência da esquerda, de organizações de direitos humanos e da Igreja Católica, ela obteve apoio significativo após mais de oito sessões informativas que começaram em agosto de 2023.
A proposta original promovida pelo governo estabelecia a idade mínima de punição em 13 anos, uma modificação que foi defendida em várias ocasiões pelo próprio Milei, que argumentou que crimes de adultos mereciam penalidades de adultos.
No entanto, os projetos de lei a serem apresentados amanhã abordarão uma reforma consensual para reduzir a maioridade penal para 14 anos.
Nas comissões também serão discutidos aspectos como as penas máximas de prisão que podem ser impostas a menores (que variam de 10 a 20 anos), sanções alternativas e diferentes abordagens para serviços socioeducativos em centros para menores.
Também será buscado um consenso sobre os critérios para evitar que jovens condenados cumpram penas em prisões comuns ou com adultos e para prever modalidades atenuadas, como a prisão domiciliar ou institutos fechados especializados.
Caso se chegue a um consenso nas comissões, os parlamentares assinarão um parecer que permitirá que o assunto seja abordado no Parlamento.
Um dos fatores que motivaram esse debate foi o assassinato de Kim Gómez, uma menina de sete anos arrastada por um veículo roubado por dois adolescentes, de 14 e 17 anos. O caso gerou comoção pública e pressão para reformar a lei atual.