Mundo

Milei veta aumento a aposentados e pensionistas por invalidez na Argentina

Segundo estudos privados, os aposentados são o setor mais afetado pela política de ajuste do governo, com rendimentos que representam um terço da cesta básica de um idoso

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 4 de agosto de 2025 às 15h32.

Última atualização em 4 de agosto de 2025 às 16h55.

Tudo sobreArgentina
Saiba mais

O presidente da Argentina, Javier Milei, vetou a lei que concedia um aumento às aposentadorias e pensões por invalidez aprovada no Congresso por maioria em julho, por considerar que a medida atenta contra sua política de equilíbrio fiscal, segundo o texto publicado no Diário Oficial nesta segunda-feira.

O mandatário também vetou a restauração por dois anos de uma moratória que expirou em março para permitir a aposentadoria daqueles que não conseguiram comprovar os 30 anos de contribuições exigidos em um país com mais de 40% de trabalho informal.

O Congresso agora pode insistir com as leis, mas deve reunir dois terços dos votos nas duas Câmaras.

Esta é a segunda vez que Milei veta um aumento para aposentados: a anterior foi em agosto de 2024.

Segundo estudos privados, os aposentados são o setor mais afetado pela política de ajuste do governo, com rendimentos que representam um terço da cesta básica de um idoso. Mais de 70% dos aposentados recebem um pagamento mínimo equivalente R$ 1.524 mensais que os coloca abaixo da linha da pobreza.

O governo argumentou que se tratavam de leis "irresponsáveis", porque "não determinam a origem dos fundos, atentando contra o equilíbrio fiscal".

Os vetos ocorrem uma semana depois de um decreto presidencial que diminuiu impostos sobre as exportações de grãos e carnes.

O presidente já havia vetado um aumento de fundos para as universidades, que mantêm suas receitas atreladas ao orçamento de 2023 apesar da inflação de 211% deste ano e de 117,8% em 2024.

O veto presidencial obstrui um aumento de 7,2% nas aposentadorias e uma alta de 40 mil pesos (R$ 166 reais) de um bônus mensal.

Milei também vetou a lei que declarava emergência no atendimento a pessoas com deficiência para regularizar pagamentos atrasados das prestações de saúde e garanti-los até dezembro de 2027.

A lei também restabelecia a cota trabalhista no Estado para deficientes, eliminada pela administração de Milei.

Segundo o Escritório de Orçamento do Congresso, a lei de emergência sobre Deficiência tinha um impacto fiscal de entre 0,22% e 0,42% do PIB.

O governo afirmou em um comunicado que leis vetadas implicavam "um gasto adicional neste ano de mais de 7 trilhões de pesos (R$ 27 milhões) e cerca de 17 trilhões de pesos (R$ 66 milhões) para 2026.

A política de ajuste das aposentadorias, das universidades e do atendimento a pessoas com deficiência mobilizou marchas e protestos de rua que foram reprimidos pela polícia, com balanço de feridos graves e diversas detenções.

Acompanhe tudo sobre:ArgentinaJavier MileiAposentadoria

Mais de Mundo

Democratas deixam Texas para bloquear manobra republicana que redistribui distritos eleitorais

China lidera mercado global de robótica pelo 12º ano consecutivo, com 302 mil unidades vendidas

Israel envia 120 paletes de alimentos a Gaza, com apoio de vários países

Ataques de Israel à Faixa de Gaza deixam 90 mortos, incluindo 29 enquanto buscavam comida