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Milhares de pessoas se manifestam em Seul a favor e contra destituição do presidente

Crise política se agrava enquanto Tribunal Constitucional delibera sobre destituição do líder sul-coreano

Decisão do tribunal, prevista para meados de março, pode resultar na realização de novas eleições presidenciais em até 60 dias (AFP)

Decisão do tribunal, prevista para meados de março, pode resultar na realização de novas eleições presidenciais em até 60 dias (AFP)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 1 de março de 2025 às 12h51.

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Mais de 100 mil pessoas foram às ruas de Seul neste sábado (1º) em protestos a favor e contra o impeachment do presidente Yoon Suk-yeol. O país enfrenta uma grave crise política desde que o líder sul-coreano declarou lei marcial em dezembro e foi afastado do cargo pelo Parlamento.

As manifestações ocorreram enquanto o Tribunal Constitucional delibera sobre a legalidade da destituição, e coincidiram com as celebrações do Dia do Movimento pela Independência, que marca a revolta contra o domínio japonês em 1º de março de 1919.

A decisão do tribunal, prevista para meados de março, pode resultar na realização de novas eleições presidenciais em até 60 dias.

Protestos e forte presença policial

A polícia sul-coreana mobilizou 6.400 agentes e 230 ônibus para conter possíveis confrontos entre os grupos rivais e restringiu o tráfego em áreas centrais de Seul, incluindo a rua Sejongno e a região financeira de Yeoui.

Segundo estimativas da polícia, por volta das 14h30 locais (2h30 em Brasília), cerca de 120 mil pessoas já haviam se reunido em diferentes pontos da cidade.

Os partidários de Yoon eram liderados pelo pastor e político conservador Jeon Kwang-hoon, além do grupo cristão Save Korea. Eles carregavam bandeiras da Coreia do Sul e dos EUA, exibindo faixas com frases como "Oponha-se ao impeachment, apoie a lei marcial" .

O advogado Seok Dong-hyun, membro da equipe jurídica do presidente, discursou no evento e afirmou que encontrou Yoon no dia anterior, garantindo que ele está "saudável e bem".

Já os críticos do presidente foram liderados pelo movimento progressista Candlelight Action e pelo Partido Democrático, principal legenda de oposição. Cerca de 130 legisladores e 18 mil manifestantes participaram do ato.

O que está em jogo na decisão do Tribunal Constitucional?

O impeachment de Yoon Suk-yeol ocorreu em 14 de dezembro, 11 dias após a controversa declaração de lei marcial, medida extrema que gerou indignação no Parlamento. Desde então, ele permanece afastado, mas o Tribunal Constitucional tem até junho para confirmar ou reverter sua destituição.

Como o mandato de dois dos oito juízes do tribunal expira em 18 de abril, a decisão deve sair antes disso, com expectativa para meados de março.

Se o impeachment for confirmado, a Coreia do Sul terá que realizar eleições presidenciais antecipadas em até 60 dias.

Além disso, Yoon enfrenta um processo criminal e está detido desde 14 de janeiro sob a acusação de insurreição, um dos poucos crimes para os quais um presidente sul-coreano não tem imunidade.

O desfecho da crise pode mudar radicalmente o cenário político do país, aprofundando a polarização entre conservadores e progressistas.

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