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Movimentação de Macron em Roma gera suspeitas de interferência na escolha do novo papa; entenda

Encontro com líderes católicos franceses alimenta tensões diplomáticas e provoca reação entre setores conservadores do Vaticano

Macron: iniciativa do presidente francês tem sido interpretada por observadores italianos como uma tentativa de promover candidatos alinhados à visão progressista de Francisco (Francesco Sforza  VATICAN MEDIA/AFP)

Macron: iniciativa do presidente francês tem sido interpretada por observadores italianos como uma tentativa de promover candidatos alinhados à visão progressista de Francisco (Francesco Sforza VATICAN MEDIA/AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 3 de maio de 2025 às 10h00.

Em meio aos preparativos para o conclave que escolherá o sucessor do Papa Francisco, rumores de que o presidente francês Emmanuel Macron estaria tentando influenciar o processo têm gerado desconforto no Vaticano e reacendido tensões históricas entre França e Itália, afirmou o jornal espanhol El País.

Segundo informações do periódico francês Le Monde, Macron teria se reunido com cardeais franceses e membros influentes da Comunidade de Sant'Egidio, movimento católico progressista próximo ao falecido pontífice, durante um jantar na embaixada da França junto à Santa Sé. Entre os presentes estaria o cardeal Jean-Marc Aveline, arcebispo de Marselha e considerado um dos "papáveis" para o trono de São Pedro.

A iniciativa do presidente francês tem sido interpretada por observadores italianos como uma tentativa de promover candidatos alinhados à visão progressista de Francisco, o que contraria a tradição de neutralidade do Estado francês em assuntos religiosos. A presença de Macron em eventos religiosos já havia causado controvérsia anteriormente, como quando participou de uma missa celebrada por Francisco em Marselha, em setembro de 2023, reacendendo debates sobre o secularismo na França.

A movimentação francesa ocorre em um momento delicado para a Igreja Católica, que se prepara para o conclave com um colégio de 135 cardeais eleitores de 71 países, refletindo a diversidade global da instituição. Entre os favoritos ao papado estão o italiano Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, e o filipino Luis Antonio Tagle, conhecido por sua postura progressista e apelidado de "Francisco asiático".

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